Servidores de todas as regiões do estado estiveram em Curitiba na última terça-feira para relembrar mais uma vez, o evento que ficou conhecido como o “Massacre do Centro Cívico”, ocorrido no dia 29 de abril de 2015.
O acontecimento que foi manchete no país e no exterior ocorreu durante uma manifestação dos servidores que lutavam contra o confisco da aposentaria dos trabalhadores. Naquele dia mais de 20 mil pessoa estavam nas ruas e muitos foram feridos com as bombas jogadas dos helicópteros do governo, comprados para salvar vidas.

Desde então, todos os anos, a data é relembrada sempre trazendo novas pautas de luta. Neste ano, o não pagamento da data-base que já acumula 47% de defasagem, a falta de concursos públicos e a equiparação salarial dos agentes de apoio foram alguns dos temas.
A manifestação começou por volta das 9h e reuniu os trabalhadores na Praça Tiradentes e seguiu em passeata, a partir das 10h30, até chegar em frente do Palácio Iguaçu, exatamente no local do bombardeio ocorrido há 10 anos. No carro de som, as lideranças sindicais e deputados de oposição falaram sobre o desrespeito do governo que se nega a pagar o que deve às categorias.

O presidente da Assuel Sindicato, Marcelo Seabra, lembrou que o último pagamento para a categoria foi feito em 2023 junto com o Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), e desde então, o governo se nega a negociar. ” Esperamos que esse protesto colabore para abrir a agenda de negociação com o estado”, declarou.
Já a presidenta do Sindiprol/Aduel, Lorena Portes, disse que estava representando as sete universidades do estado. Ela lembrou que desde de 2017 o governo não paga a reposição salarial e age com descaso com os servidores. “Precisamos fortalecer a luta por meio da união de todos, senão continuaremos sendo massacrados por este governo. Data-base já!”, discursou Portes no carro de som.

Marlei Fernandes, diretora jurídica da APP, lembrou que as reivindicações dos servidores são muitas. “Esta caminhada ao centro cívico é importante para que as pessoas não esqueçam do massacre que sofremos do governo e que de certa forma continua quando vemos nossos direitos sendo retirados, não temos database, os trabalhadores estão adoentados com sobrecarga de trabalho, não tem concursos públicos e as tercerizações e privatizações tem prejudicado muitos servidores, isso precisa acabar”, desabafou Fernandes.
Reunião com deputados
Após o evento que terminou por volta das 13h, um grupo de representantes do Fórum de Entidades Sindicais (FES) se reuniu com o presidente da Assembleia Legislativa do Parana (Alep), deputado Alexandre Cury e com o líder do governo, deputado Hussein Bakri.
De acordo com a presidenta APP e coordenadora do FES, Walkiria Fernandes, foi levado aos deputados a pauta comum a todos os servidores, ou seja, a database de 47% desde o ex-governador de Beto Richa; a necessidade de uma lei para atender a politica salarial dos aposentados sem paridade; o fim do desconto dos 14% dos aposentados para a previdência social dos valores abaixo do teto do INSS; a revisão das tabelas dos agentes de apoio; e para a categoria de professores foi solicitado o não desconto das faltas de que quem participou no protesto.

Foto: APP-Sindicato/Reprodução
” Fizemos nossas solicitações e esperamos, no mínimo, que o governo apresente uma proposta de como ele vai zerar esses 47% que nos deve. Se comprometeram de discutir as pautas em comum na próxima segunda-feira, 05, com representantes da Casa Civil e estaremos informando todos os sindicatos sobre os resultados desse encontro”, finalizou a presidenta da APP.
Elsa Caldeira - Jornalista formada pela UEL. Tem pós-graduação em Comunicação Popular Comunitária/UEL, é apresentadora do Programa Aroeira da rádio UEL/FM, assessora do Coletivo de Sindicatos de Londrina e diretora executiva do Portal Verdade.