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Arquitetura para população de menor renda é tema de evento na UEL

Uma moradia que atenda todas as necessidades do ser humano, tais como segurança estrutural, ventilação, iluminação, salubridade, entre outros, requer atenção a vários aspectos técnicos na sua construção, desde o projeto e posicionamento no terreno, até as especificações dos materiais construtivos e de acabamento. Entretanto, cerca de 85% da população brasileira constrói sem nenhum acompanhamento profissional, conforme pesquisa do DataFolha e Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil de 2015.

Para discutir o acesso a esse direito, assegurado em nossa Constituição, foi realizado o evento ATHIS: luta contra a desigualdade social para a cidade sustentável, no dia 29 de outubro de 2022, no Centro de Tecnologia e Urbanismo da Universidade Estadual de Londrina.

Experiências de Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social (ATHIS) foram relatadas pelos coordenadores do Centro de Assessoria à Autogestão Popular (CAAP), Arquiteto Leonardo Pessina, da Tema, Arquiteta e Urbanista Lilian Nagato e da Planta Popular, Arquiteta e Urbanista Terezinha Gonzaga, que mostraram algumas obras realizadas em várias cidades. Este articulista, que foi o mediador, apresentou na abertura o histórico sobre a assistência técnica no Brasil.

Em seguida a professora, Arquiteta e Urbanista, Olivia Orquiza contextualizou o tema nas atividades do Circuito Urbano, apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para o Habitat que ocorreu durante o mês de outubro, com transmissão mundial. Explanou sobre a relação da ATHIS com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), a habitação no cenário do crescimento populacional e da urbanização mundial, relacionando ao consumo de energia, às desigualdades sociais e ambientais que são visíveis e crescentes nas cidades de todo mundo. Pelo menos dois ODS, o de Redução das Desigualdades (10) e o das Cidades e Comunidades Sustentáveis (11), são abrangidos pela habitação de interesse social, conforme afirmou Orquiza.

A realidade de algumas ocupações de Londrina foi apresentada por Alisson Moreira Poças, Assistente Social e Comunicador Popular, com atuação na periferia da cidade. Mostrou a situação de alguns assentamentos, as precárias condições de moradia e de acesso aos serviços públicos. Exibiu ainda um vídeo produzido pela Papo Reto – Londrama, mostrando também os laços de solidariedade dos moradores. Um panorama sobre a situação habitacional de Londrina foi traçado pela profª Arqª e Urb. Elisa Zanon, que fez um histórico da produção da habitação popular e das ocupações, com a reflexão sobre a importância da ATHIS para a solução do problema.

Houve participação da plateia presencial e virtual com alguns questionamentos. Destacam-se as perguntas sobre inserção e atuação das Universidades junto às comunidades e sobre como a comunidade recebeu o documentário apresentado por Poças. Este articulista explicou que “a UEL tem projetos de extensão que fazem esses trabalhos com a comunidade, sendo este evento parte do projeto integrado – pesquisa e extensão – sob sua coordenação e convidou os presentes a integrarem o projeto”.

Poças respondeu que, “sendo a primeira experiência deste tipo, ainda estão aprendendo como fazer, que foi exibido duas vezes na comunidade, tendo sido muito emocionante e bem recebido”. Este articulista agradeceu a todos e todas que colaboraram para a realização do evento, incluindo quem ajudou na divulgação, como o Jornal Perobal, da UEL e o Portal Verdade, e ressaltou a necessidade de se implantar a ATHIS em Londrina, a importância de ações para reduzir as desigualdades sociais, bem como pela cidade e comunidade sustentável, visando a melhoria das condições de vida da população.

Para ler mais sobre o evento, acesse o site Urbanizando.eiv, onde também há links para assistir o evento na íntegra.

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