A APP-Sindicato representa educadores que atuam na rede pública estadual e nas redes municipais de 215 cidades paranaenses
Inicia nesta terça-feira (23) as eleições da APP-Sindicato. Cada educador vai registrar até quatro votos, sendo o primeiro para a chapa estadual, o segundo para a chapa regional, o terceiro para o conselho fiscal e, depois, apenas onde houver, para representante municipal. A votação encerra às 18h da próxima quinta-feira (25).
Fundada em 1947, a entidade organiza a categoria há mais de 78 anos proporcionando conquistas coletivas, como o estatuto dos servidores, planos de carreira, realização de concursos públicos, entre outros avanços. A APP-Sindicato é referência também pelas lutas sociais, como a defesa da democracia, do Estado de Direito e contra todas as formas de opressão e discriminação.
Disputa à direção estadual, a chapa 1 – APP Sempre Na Luta – Em Defesa da Escola Pública, encabeçada pela atual presidenta da entidade, a professora Walkiria Mazeto, que concorre à reeleição.
E a chapa 2 – APP no Chão da Escola – Lutar para Viver, é liderada pela professora Julia Silveira (conheça a composição completa das chapas aqui).
A candidata à presidência da chapa 1, Walkiria Mazeto e Tábata Gomes, que concorre à Secretaria de Organização pela chapa 2, concederam entrevista ao Portal Verdade apontando as motivações para participar das eleições, também as principais pautas defendidas por suas respectivas candidaturas e expectativas com o pleito. Confira:
Chapa 1 – APP Sempre Na Luta – Em Defesa da Escola Pública liderada por Walkiria Mazeto
Portal Verdade: Quais as motivações para concorrer à eleição da APP-Sindicato?
Walkiria Mazeto: As motivações são de cunho coletivo. Ter o meu nome para disputar a presidência da chapa 1 foi uma decisão de um grande coletivo, composto por vários agrupamentos que se organizam na base do Sindicato. Acreditamos que a defesa dos nossos direitos e da educação pública de qualidade precisa ser feita por todos e todas, assim a gestão é pensada de forma coletiva para atuação mais ampla e democrática.
Portal Verdade: Quais as principais pautas defendidas pela chapa 1 – APP Sempre Na Luta – Em Defesa da Escola Pública?
Nosso fortalecimento enquanto categoria organizada para enfrentarmos os ataques que governos municipais e estadual tem lançado sobre a educação pública e contra nós trabalhadoras e trabalhadores da educação, para isso, propomos: intensificar o trabalho de base, já realizado nesta gestão; atuar para cessar as perseguições e assédios que estamos sofrendo, que tem acarretado em adoecimento; continuar defendendo a educação pública de qualidade em todos os seus níveis e modalidades; defender nossa carreira e nossa vida funcional – com remuneração digna e possibilidade de avanços tanto para nós que estamos na ativa quanto para aposentados e aposentadas; entre outras.
Portal Verdade: Qual a importância da participação da categoria? Poderia deixar um chamamento para a adesão à eleição?
Participar do processo eleitoral é garantir a democracia sindical. Ter a direção sindical eleita pela categoria legitima a atuação e o trabalho na gestão. Primamos para que a categoria possa escolher que será a representação de cada período, por isso as chapas contaram com um fundo eleitoral custeado pela entidade para garantir que todas as chapas inscritas pudessem se apresentar para a categoria e apresentar suas propostas. Muito importante agora que todos e todas possamos votar e escolher quem organizará nossa luta pelos próximos quatro anos.
Portal Verdade: Quais as expectativas com a eleição?
Primeiro que tenhamos uma boa participação das professoras e professores e das funcionárias e funcionários da ativa e aposentadas e aposentados na votação. Segundo, que a chapa 1 possa sair vencedora no processo eleitoral.
Para mais informações sobre a chapa 1 – APP Sempre Na Luta – Em Defesa da Escola Pública acompanhe a página @appchapa1.
Chapa 2 – APP no Chão da Escola – Lutar para Viver presidida pela professora Julia Silveira
Portal Verdade: Quais as motivações para concorrer à eleição da APP-Sindicato?
Tábata Gomes: Essa organização vem por parte de educadores e educadoras que são da base. Nós somos de uma geração que vivenciou os intensos ataques que nós tivemos na educação em 2015. Nós reivindicamos a tradição de luta do 30 de agosto e nós vivenciamos o que que foi o 29 de abril de 2015. Nós sabemos a força que nós tivemos enquanto categoria unida e mobilizada. Nós não temos entre nós nenhum dirigente profissional, nenhum político de carreira em busca de cargos, nós somos trabalhadores e trabalhadores que sentimos na pele as contradições, os efeitos, os ataques que estão adoecendo e, inclusive, matando educadores no Paraná atualmente.
E é justamente por conta da gravidade dessa situação onde chegamos, onde nunca esteve tão cruel as condições de trabalho para quem vive da educação pública. Colocando, inclusive, a questão de quem é aposentado hoje, a gente tem um processo de adoecimento massivo na nossa categoria, junto com um processo de desmobilização e descrença na luta coletiva.
Portal Verdade: Quais as principais pautas defendidas pela chapa 2 – APP no Chão da Escola – Lutar para Viver?
Tábata Gomes: Nós organizamos as pautas da chapa em três eixos. O primeiro eixo é ‘reconstruir a APP’ a partir do chão da escola, as principais pautas vão envolver a prioridade da organização por local de trabalho, o enraizamento do Sindicato dentro das escolas, a democratização das instâncias sindicais, com assembleias regionais, jurídico itinerante, inclusive, para enfrentamento para assédio institucional.
A gente apresenta a necessidade de pensar a questão das mudanças nos regimes de trabalho que nós estamos tendo na categoria, com a privatização das escolas, nós temos colegas que são terceirizados, nós temos colegas PSS são uma categoria que precisa ser valorizada.
O eixo 2, ‘lutar para viver’, condensa as pautas de enfrentamento, aqueles fatores estruturais do trabalho que para nós eles estão diretamente relacionados ao processo de adoecimento massivo da categoria, então, são propostas para enfrentar a precarização, garantir saúde, renda, trabalho digno e educação de qualidade. Pela humanização da perícia, pela ampliação e melhoria do SAS, que os PSS também possam ter direito ao uso ao SAS. O eixo 3, vai ser a ‘educação contra o autoritarismo e a lógica do lucro’, enfrentando as privatizações, e a militarização das escolas.
Portal Verdade: Qual a importância da participação da categoria? Poderia deixar um chamamento para a adesão à eleição?
Tábata Gomes: A participação da categoria é fundamental nesse processo, porque nós entendemos que as eleições devem ser um período e um momento de um profundo debate na categoria sobre como está a nossa situação, os rumos que trilhamos até aqui, quais os caminhos que nós queremos para o próximo período. Nós enquanto é trabalhadores e trabalhadoras do chão da escola e que vivenciamos processos de luta estamos nos colocando como chapa para participar desse processo, para falar que vamos juntos, que cada um e cada uma se envolva e acesse as propostas que estão sendo colocadas, mas, sobretudo, que a gente consiga reverter esse cenário tão trágico e inacreditável que nós chegamos na educação pública paranaense.
Não só a participação nas eleições, mas a retomada do debate na sala de aula, na sala dos professores, de voltar a olhar nos olhos dos colegas e ver um colega de luta e ver um colega que você tem ali a possibilidade de falar que não está tudo bem. E eu não quero mais continuar adoecendo sozinho. Porque essa é a realidade que todos e todas estamos enfrentando hoje na educação pública paranaense. Essa é a realidade que a gente sabe e vê nos olhos de cada um e cada um. Está insuportável, a gente precisa retomar esses laços, porque é só com coletividade que a gente consegue mudar esse processo que está sendo uma verdadeira máquina de moer educadores.
Portal Verdade: Quais as expectativas com a eleição?
Tábata Gomes: De uma forma muito bonita os colegas vêm expressando apoio a nossa chapa, então, nós temos boas expectativas esperamos que a um ambiente a participação que sirva como um momento de resgate dessa coletividade esperamos que sirva como um momento de envolvimento da categoria no debate sobre o modelo sindical sobre o que estamos enfrentando na educação pública sobre a necessidade da gente reverter os ataques que estamos sofrendo, principalmente, planejar e preparar o caminho para os próximos passos. Nós temos chapas regionais também, a nossa expectativa é ganhar nessas regionais onde estamos participando e que as pessoas se mobilizem.
Para mais informações chapa 2 – APP no Chão da Escola – Lutar para Viver acompanhe a página @appnochaodaescola.
Londrina
Em Londrina, concorrem à direção regional, a chapa 4 – APP Unida na Luta liderada por Elizabete Eva Almeida Dantas e a chapa 10 – Renovar e Resistir presidida por Paola Francesca Gollner (saiba mais aqui).
Eleições da APP-Sindicato 2025
Quando? Início às 8h do dia 23 de setembro e encerramento às 18h do dia 25 de setembro
Onde votar? Acessando o link https://appsindicato.org.br/votaapp
Quem pode votar? Sindicalizados que se filiaram até o dia 23 de junho do corrente ano e estiverem com a mensalidade em dia na data das eleições.
Como votar? Veja o passo-a-passo aqui.
Pontos de apoio
Sindicalizados que tiverem dificuldade para votar poderão se dirigir aos pontos de apoio das Eleições da APP-Sindicato. Atendimento vai funcionar na sede estadual, nos 29 núcleos sindicais, na Colônia de Praia de Guaratuba e em mais alguns locais extras pelo estado.
O atendimento pessoal será realizado das 8h às 18h pela Comissão Eleitoral Regional e por funcionários da APP-Sindicato apenas para tirar dúvidas sobre o passo a passo necessário para o próprio educador registrar o seu voto. O funcionamento dos pontos de apoio será acompanhado por representantes das chapas concorrentes, garantindo a lisura do processo e a ampla participação da categoria.
Franciele Rodrigues
Jornalista e cientista social. Atualmente, é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Tem desenvolvido pesquisas sobre gênero, religião e pensamento decolonial. É uma das criadoras do "O que elas pensam?", um podcast sobre política na perspectiva de mulheres.
