Sindicato também reivindica equiparação salarial e melhores condições de trabalho
No último dia 28 de fevereiro, lideranças da APP-Sindicato (Sindicato dos Professores e Funcionários de Escola do Paraná) se reuniram com o secretário de Educação, Roni Miranda. A intenção do encontro foi discutir a campanha salarial de 2025.
Sob o mote “Meu trabalho tem valor”, a campanha foi aprovada por unanimidade pela categoria em assembleia que contou com a participação de docentes de todo o estado (relembre aqui).
Entre as solicitações, o Sindicato cobrou a aplicação do piso do magistério em toda a tabela, ou seja, para educadores em exercício e aposentados, além do pagamento da data-base a todo o funcionalismo paranaense.
Há oito anos sem reposição salarial, a dívida acumulada pelo Palácio do Iguaçu com os servidores vinculados ao poder Executivo atinge 47% em abril (saiba mais aqui).
Segundo Margleyse Adriana dos Santos, secretária educacional da APP-Sindicato, o coletivo também questionou o anúncio de reajuste feito pelo governador Ratinho Júnior (PSD), que prevê um aumento de 11% para professores em início de carreira e apenas 4,3% para os demais docentes.
A APP-Sindicato classificou a medida como não isonômica e responsável por intensificar a desvalorização da carreira. “A valorização dos trabalhadores da educação é fundamental para garantir a qualidade do ensino e a valorização das professoras e professores”, avalia.
Nesta terça-feira (11), a APP-Sindicato formalizou o envio da contraposta. No ofício encaminhado à SEED (Secretaria Estadual de Educação), o coletivo reitera o pedido de aplicação do índice de 11% em toda a tabela salarial para professores da ativa, temporários, aposentados com e sem paridade. O índice reivindicado corresponde à dívida do governo com a categoria por ainda não ter implantado o reajuste anual do piso salarial nacional de 2024 e 2025.
O requerimento também inclui a pauta de reenquadramento dos profissionais do QFEB (Quadro dos Funcionários da Educação Básica) e valorização do tempo de serviço prestado no serviço estadual, independente do regime jurídico.
Também nesta terça-feira, diretores da APP-Sindicato visitaram os gabinetes dos deputados na ALEP (Assembleia Legislativa do Paraná). As lideranças solicitaram apoio dos parlamentares às pautas da categoria.

Os dirigentes sindicais também reivindicaram a equiparação salarial dos professores com os vencimentos das demais categorias com mesma escolaridade.
“A equiparação salarial da tabela dos professores com a tabela dos demais setores do estado com mesma escolaridade é uma reivindicação justa, pois busca igualar as condições de trabalho e remuneração entre os profissionais da educação e outros setores do governo”, reforça Santos.
O governo Ratinho Júnior tem alegado falta de recurso e alto valor para não atender o pedido. Uma das possibilidades, apresentadas pela entidade, é a construção de uma proposta que faça a equiparação diluída em alguns anos.
Funcionários de escola
Ainda, em relação aos funcionários de escola foi pautada a equiparação salarial para os agentes II com a tabela do QPPE (Quadro Próprio do Poder Executivo) e a tabela salarial dos agentes I.
Como encaminhamentos, o secretário de Educação se comprometeu a levar as demandas apresentadas pelos servidores ao governador e a SEFA (Secretaria de Estado da Fazenda). A constituição de um grupo de trabalho para levantamento dos impactos financeiros também foi acordada.
Logo após o encontro, a APP-Sindicato publicou um vídeo nas redes sociais com a avaliação. Acompanhe o balanço realizado pela presidenta do coletivo, professora Walkiria Mazeto:

Franciele Rodrigues
Jornalista e cientista social. Atualmente, é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Tem desenvolvido pesquisas sobre gênero, religião e pensamento decolonial. É uma das criadoras do "O que elas pensam?", um podcast sobre política na perspectiva de mulheres.