A Justiça de Londrina determinou a intervenção da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) na Associação de Defesa dos Animais (ADA). A decisão, em caráter liminar, foi assinada pelo juiz Marcos José Vieira, da Vara da Fazenda Pública, após pedido da Promotoria do Meio Ambiente do Ministério Público do Paraná (MPPR).
A medida ocorre no contexto de uma ação civil pública movida pelo MP, que aponta supostos desvios de verbas por parte da ex-presidente da entidade e atual vereadora Anne Ada (PL). Segundo a investigação, recursos da associação teriam sido utilizados para despesas pessoais, como planos de saúde para ela e sua mãe, tratamentos estéticos e refeições particulares. A vereadora nega todas as acusações.
A ação também inclui denúncias de maus-tratos a animais sob os cuidados da ONG.
Em nota oficial, a CMTU declarou que considera fundamental a união de esforços com o Ministério Público para uma solução definitiva do caso. A Companhia solicitou um prazo de 45 dias para que a ADA apresente sua documentação contábil, necessária para o levantamento da real situação financeira da entidade.
A CMTU ainda destacou que não possui orçamento nem equipe disponível para gerir a ONG, reforçando a necessidade da atuação conjunta de outros órgãos públicos, como a Secretaria Municipal do Ambiente (SEMA) e a Autarquia Municipal de Saúde. A Companhia também sinalizou abertura para o apoio de instituições privadas, além de possíveis colaborações da União e do Estado do Paraná.
O que diz a ADA
A entidade divulgou uma nota nas redes sociais, afirmando que ainda não foi citada oficialmente e não obteve acesso ao processo. Leia na íntegra:
Até o presente momento, a Associação Defensora dos Animais (ADA) não foi oficialmente citada ou intimada de qualquer decisão judicial que determine intervenção por parte da Prefeitura ou da CMTU. Ou seja: não tivemos acesso ao processo nem à íntegra da suposta decisão. Portanto, os devidos esclarecimentos serão prestados em momento oportuno, com base em informações oficiais e concretas – não em boatos. Importante destacar que a precariedade enfrentada pela ADA não é novidade e vem sendo enfrentada com esforço, transparência e diálogo com o poder público. Inclusive, em 2024, a própria presidente da Associação solicitou formalmente aos órgãos públicos uma intervenção do município para que o trabalho com os animais abrigados fosse assumido com maior estrutura e apoio.
Fonte: Portal Tem Londrina