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Leitura de carta pela democracia inspira atos por todo o país nesta quinta-feira (11)

Ao todo, 22 universidades farão a leitura da carta elaborada pela Faculdade de Direito da USP. Haverá manifestações nos 26 estados e no DF

Esta quinta-feira (11) é marcada por atos em defesa da democracia espalhados por todo o país. O movimento é impulsionado pela Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito, elaborado por juristas e pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (FDUSP), e que conta com quase 850 mil assinaturas, entre políticos, entidades sindicais, empresários, professores, e outros.

O documento, assim como o manifesto em defesa da democracia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), será lido em evento na universidade, nesta quinta. Outras 21 instituições aderiram ao movimento e também farão a leitura da carta. Paralelo a isso, movimentos sociais organizam atos em todos os 26 estados e no Distrito Federal.

Nessa quarta-feira (10/8), artistas divulgaram um vídeo recitando a carta. Entre as personalidades, estão Fernanda Montenegro, Marisa Monte, Anitta, Juliette, Seu Jorge, Caetano Velloso, Wagner Moura, Gal Costa, entre outros.

Desde a publicação, em 26 de julho, a carta da USP recebeu o apoio de políticos de esquerda e de direita, de economistas ortodoxos e heterodoxos; de advogados lavajatistas e garantistas e até mesmo de personagens que já estiveram ligados ao governo de Jair Bolsonaro (PL). O presidente, no entanto, afirmou que os signatários são “caras de pau” e “sem caráter”, no último dia 2.

No dia anterior, em conversa com apoiadores, o mandatário havia chamado os subscritores de “mamíferos”, em referência a uma suposta dependência do governo: “Esse manifesto aí foi assinado por banqueiros, artistas, e tem mais uma classe aí… Alguns empresários, mamíferos”.

Atos por todo o país

Na USP, o evento de leitura da carta será limitado aos organizadores, aos signatários da Carta aos Brasileiros de 1977 — que defendia a restauração do estado democrático de direito em meio à ditadura militar —, profissionais de imprensa, além de representantes de entidades da sociedade civil que subscreveram os manifestos.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou o documento, mas não deve participar do ato. Na próxima quinta (15/8), ele visitará a instituição para uma aula aberta sobre universidade pública e a democracia. O candidato do PT ao governo do estado, Fernando Haddad, deve comparecer.

Ainda em São Paulo, foram convocadas manifestações em frente ao Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), na Avenida Paulista, e em cidades do interior, como Campinas, Ribeirão Preto e Santos.

Em Brasília, a carta será lida na Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB), às 10h. Docentes, estudantes, e técnicos da Faculdade reforçaram, em nota, a “irrestrita confiança” na Justiça Eleitoral. “Neste momento crucial, nos colocamos na posição de defesa intransigente da Democracia, princípio basilar da Constituição da República do qual decorrem todos os demais, e reafirmamos o apoio às instituições do sistema eleitoral”, afirmam. Às 15h, está previsto um ato em frente ao Congresso Nacional.

O estado do Rio de Janeiro é onde ocorrerão mais leituras do manifesto, somando seis pontos: na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Universidade Federal Fluminense (UFF); Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ); PUC- Rio; no Coletivos Feministas do Rio de Janeiro; e na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Além disso, haverá uma manifestação na Candelária, às 16h.

União de diferentes grupos

Susy Hoffman, diretora do Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp) e que está envolvida na organização dos atos em favor da democracia, avalia que um dos principais motivos para a mobilização é o receio da ruptura institucional frente aos ataques que o sistema eleitoral vem sofrendo. Ela lembra também a invasão no Capitólio, nos Estados Unidos, após a eleição de Joe Biden e teme que episódio semelhante aconteça após o pleito de outubro.

“[O que justifica] É o medo de ter uma minoria que não aceite que determinado candidato perca numa eleição, seja presidente, governador, deputado, senador, e faça qualquer tipo de ameaça”, pontua.

Para ela, a diversidade entre os signatários demonstra há o interesse de diferentes setores da sociedade em defender os valores da liberdade e da democracia. Hoffman também rejeita o antagonismo aos atos antidemocráticos que podem ser evocados no próximo 7 de setembro.

“A gente não pode pensar na nossa mobilização como uma resposta aos atos antidemocráticos, mas sim como uma atitude positiva aos atos democráticos. A gente não quer a polarização. A gente quer um ambiente de muita liberdade e de reunião de pessoas que estão, às vezes, em pólos opostos, mas todos acreditam na liberdade e na democracia”, defende.

“O que se espera é que a sociedade toda acorde para essa necessidade de estar atentos. Não aceitar fake news, não aceitar essas histórias de que já houve fraude nas eleições passadas, coisa que nunca foi provado,” diz sobre o resultado das manifestações.

Fonte: Metrópoles

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