Itaipu Itaipu Itaipu
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
21°C
Londrina, PR
Portal Verdade
  • Trabalho
  • Política
  • Economia
  • Cidade
  • Colunistas
  • Educação
  • Cultura
  • Mundo
  • Saúde
  • Podcasts
  • Vídeos
  • Trabalho
  • Política
  • Economia
  • Cidade
  • Colunistas
  • Educação
  • Cultura
  • Mundo
  • Saúde
  • Podcasts
  • Vídeos
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Portal Verdade
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Home COLUNISTAS Fábio da Cunha

Trump acelera a derrocada da hegemonia estadunidense

8 de abril de 2025
em Fábio da Cunha, POLÍTICA
Trump acelera a derrocada da hegemonia estadunidense

Foto: Getty Images

Com o fim da Segunda Guerra, o mundo se viu numa nova expansão capitalista dominada pelos EUA, que saíram como o grande vencedor do conflito. Este cenário aumentou de forma expressiva a acumulação capitalista, que foi, de alguma forma, revertida para o desenvolvimento da qualidade de vida do cidadão estadunidense. Isso pode ser constatado principalmente nas décadas de 1950 e 1960, um período chamado “Anos Dourados”.  

As crises do sistema, a partir de 1970, fez com que os EUA deixassem cada vez mais o New Deal de lado, que garantia o Estado de Bem-Estar Social,e passasse aos poucos a adotar o neoliberalismo, que visava ao restabelecimento das taxas de lucro a qualquer preço, sobretudo, degradando progressivamente a qualidade de vida da população em geral. Tal processo, associado ao desenvolvimento do meio técnico-científico-informacional, termo de Milton Santos, propiciou, com o desenvolvimento do transporte e da comunicação, um outro processo, a globalização, sobretudo, a partir de 1980 e 1990. O neoliberalismo se tornou o braço político da globalização.

A globalização representou uma nova fase de atuação do capital no espaço geográfico mundial. Com ela, o capital, por meio das grandes corporações, encontrou as bases necessárias para se desprender do Estado-Nação e atuar nas zonas mais rentáveis do planeta, isto é, aquelas que ofereciam mão de obra mais barata, leis generosas e isenção de impostos. A meca disso tudo? A China!

A partir daí vimos um verdadeiro deslocamento das indústrias do centro do sistema capitalista para as periferias que ofereciam essas vantagens. Como se não bastasse, o capitalismo financeiro se encarregou de agravar ainda mais tal cenário, no qual grande parte das riquezas das nações é drenada, por meio de mecanismos como as dívidas públicas, para o sistema financeiro mundial, que se tornou cada vez mais parasitário. O resultado disso tudo é um aumento do desemprego e queda da qualidade de vida em todas as partes do mundo, incluindo agora, de uma forma mais intensa, o ocidente e seu centro, os EUA. A crise de 2008 e o desenvolvimento das grandes empresas de tecnologia e inovação, as Big Techs, agravaram ainda mais o problema, aumentando o desemprego e o trabalho precarizado, a uberização. Já se discute o termo Tecnofeudalismo, uma sociedade tecnológica que joga a maior parte da população para a servidão ou para fora do sistema, isto é, para a barbárie que passa a existir em cada cidade do mundo.

Os EUA, que eram vitrine do mundo capitalista, se tornaram uma nação que vive de aparência; na essência, é um país com dezenas de milhões de cidadãos lançados à própria sorte pela desindustrialização e pelo capitalismo financeiro parasitário (Ver nessa coluna, Capitalismo financeiro parasitário X Capitalismo Produtivo, Portal Verdade, 02.08.2022). Não há empregos, não há habitações suficientes, a inflação dos aluguéis coloca milhares nas ruas a cada ano, não há serviços universais de saúde pública, não há perdão para os milhões de universitários que estão endividados e pelo menos 17 milhões de crianças vão para a cama com fome todas as noites. O neoliberalismo gerou um capitalismo parasitário que não oferece mais futuro para o cidadão estadunidense.

A consequência deste cenário gerou o crescimento da extrema direita, da xenofobia explícita contra os imigrantes e a volta do fascismo no mundo, algo muito parecido com a onda fascista e nazista que tomou conta da Europa após a crise de 1929. Hoje, no mundo, se percebe como muitas das “democracias ocidentais” estão sendo dirigidas pela extrema direita, eleita quase sempre pelo descontentamento de cidadãos perante o perverso sistema capitalista que se estruturou. Depois de eleitos, essa mesma extrema direita tenta abolir a própria democracia que a elegeu através de tentativas de golpes. Isso já se mostrou muito evidente no EUA e no Brasil.  

Trump é eleito via um discurso que prometia trazer a indústria e, consequentemente, os empregos de volta e tornar a “América grande novamente” por meio de um ataque aos imigrantes e de um protecionismo exacerbado, taxando os produtos importados de vários países.

No último dia 2, o governo Trump anunciou as novas tarifas para os produtos de todos os países do mundo, alguns países com 10% como o Brasil, outros com 20%, como a União Europeia, e a China com 34%. Já havia anunciado, em março, tarifas de em torno de 25% para o Canadá, México e China. Foi além, numa atitude desrespeitosa, ameaçou tornar o Mexico e o Canadá estados americanos, criou um grande problema diplomático ao ameaçar a soberania da Groenlândia, que pertence a Dinamarca, e também ameaçou se apossar do Canal do Panamá. Trump, em menos de três meses, com seu tarifaço, abalou o sistema comercial globalizado, que se mantinha desde as últimas décadas do século passado. Estamos vendo o fim da globalização? Possivelmente não.

O mundo reage. O México conseguiu fazer o governo Trump voltar atrás em algumas tarifas. O Canadá aumentou as tarifas com relação aos produtos importados dos EUA e taxaram também a energia elétrica que vendem para este país; grande parte do nordeste americano, região mais industrializada, depende dessa energia importada do Canadá. O primeiro-ministro canadense Mark Carney disse em bom tom que a confiança das relações comerciais com os Estados Unidos havia chegado ao fim e já se iniciaram contatos bilaterais para ampliar seus mercados com outros países. A União Europeia ameaça fazer o mesmo.

A China implementou, nos últimos dias, os mesmos 34% de tarifas para os produtos estadunidense. O resultado dessas reações agrava ainda mais a economia nos EUA. Parte dos produtos industrializados dos EUA depende de peças e insumos que vêm de fora e, com a taxação, ficam mais caros. Uma inflação de cerca de 10% já é percebida nesses três meses de governo. Empresas pararam de vender pois seus produtos ficaram mais caros. Algumas já estão demitindo. O governo Trump levou o país, em curto espaço de tempo, para uma imprevisibilidade alarmante, que é o que fez com que as bolsas de valores derretessem nos últimos dias, causando prejuízos na ordem de cinco trilhões para as empresas, incluindo as grandes corporações. No último fim de semana, milhares de pessoas foram às ruas em várias cidades dos EUA protestar contra o governo. Sua popularidade despenca a cada dia.

É bom lembrar que John Kennedy ganhou duas balas na cabeça por muito menos. Na campanha eleitoral, um atentado amador contra a vida do candidato Trump rasgou sua orelha. O descontentamento hoje é muito maior.

Trump não está acabando com a globalização, mas está mexendo com as cartas do sistema comercial globalizado, que já se readapta para os novos tempos. Conseguiu fazer China, Japão e Coréia negociarem medidas conjuntas contra o tarifaço. Afastou a Europa, que promete retaliações. Está perdendo os acordos com o Canadá e México. Trump isola o EUA com sua política de taxações. A instabilidade criada por sua guerra comercial ameaça cadeias globais de suprimento e investimentos, trazendo inflação e desemprego.

A globalização e o neoliberalismo trouxeram um poder sem precedente para as corporações mundiais e uma perda de poder para o Estados-Nação. Essas corporações, que mandam no mundo, não vão permitir esses ataques por muito tempo. Ou Trump volta atrás em muitas medidas ou seu governo não resistirá. De qualquer forma suas ações aceleram o fim da hegemonia dos Estados Unidos e abre as portas para a multipolaridade já anunciada pela ascensão da China e Rússia e, agora, também de uma parte do mundo que se afasta dos EUA. O grupo que quer se livrar do dólar deve aumentar.

Fábio da Cunha
+ postsBio

Professor Dr. Fábio César Alves da Cunha é geógrafo e docente associado do Departamento de Geografia da Universidade Estadual de Londrina UEL. Possui mestrado em Planejamento Ambiental (UNESP), Doutorado em Desenvolvimento Regional (UNESP) e Pós-Doutorado em Metropolização pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Trabalha com geografia urbana e regional, planejamento urbano e ambiental, geopolítica e metropolização.

  • Fábio da Cunha
    #molongui-disabled-link
    A Ucrânia precisa se livrar de Zelensky
  • Fábio da Cunha
    #molongui-disabled-link
    Sobre a guerra Israel – Irã – EUA
  • Fábio da Cunha
    #molongui-disabled-link
    Um governo de mãos atadas e a corrosão da democracia
  • Fábio da Cunha
    #molongui-disabled-link
    Plano de Paz de Trump para a Ucrânia evidencia a vitória da Rússia e uma Europa que foi manipulada

Compartilhe esta matéria:

  • Publicar
  • Clique para compartilhar no WhatsApp(abre em nova janela) WhatsApp
  • Clique para enviar um link por e-mail para um amigo(abre em nova janela) E-mail

Curtir isso:

Curtir Carregando...
Tags: ColunaHegemonia estadunidensePortal VerdadeTrump
Publicação anterior

Práticas integrativas de saúde são aliadas da agroecologia para melhora na qualidade de vida

Próxima Publicação

Londrina: Trabalhador denuncia abordagem violenta da Polícia Militar no Jardim São Jorge

Outras Publicações

Ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto é preso em operação da PF
POLÍTICA

Ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto é preso em operação da PF

13 de novembro de 2025
COP30: Cúpula dos Povos critica omissão de países na tomada de decisão
Meio Ambiente

COP30: Cúpula dos Povos critica omissão de países na tomada de decisão

13 de novembro de 2025
Manifestantes indígenas ocupam zona azul na COP30: ‘Planeta não tem plano B’
Meio Ambiente

Manifestantes indígenas ocupam zona azul na COP30: ‘Planeta não tem plano B’

12 de novembro de 2025
Prefeitura deve contratar estudo de R$ 1 milhão para definir modelo de coleta de lixo de Londrina
LONDRINA

Prefeitura deve contratar estudo de R$ 1 milhão para definir modelo de coleta de lixo de Londrina

11 de novembro de 2025
A vida como um ato político
Insubmissível

A vida como um ato político

11 de novembro de 2025
Recurso anunciado por Tiago Amaral para assistência social, não reverte a extinção de programas, alerta Coletivo
LONDRINA

Recurso anunciado por Tiago Amaral para assistência social, não reverte a extinção de programas, alerta Coletivo

11 de novembro de 2025
Próxima Publicação
Londrina: Trabalhador denuncia abordagem violenta da Polícia Militar no Jardim São Jorge

Londrina: Trabalhador denuncia abordagem violenta da Polícia Militar no Jardim São Jorge

Servidores pressionam deputados a retirar apoio à PEC da Reforma Administrativa

Servidores pressionam deputados a retirar apoio à PEC da Reforma Administrativa

VEJA AQUI

Verdade Pod #05
COM A COMISSÃO DA VERDADE UEL

Da Semana

OAB-PR aprova ADI contra lei que restringe presença de crianças em Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Londrina

OAB-PR aprova ADI contra lei que restringe presença de crianças em Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Londrina

13 de novembro de 2025

Londrina: Sindicato elege representantes de base do BB e delegados sindicais da Caixa

13 de novembro de 2025
  • Home
  • Quem Somos
  • Fale Conosco
  • Sindicatos Parceiros

© 2024 Portal Verdade. Todos os direitos reservados.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Trabalho
  • Política
  • Economia
  • Cidade
  • Colunistas
  • Educação
  • Cultura
  • Mundo
  • Saúde
  • Podcasts
  • Vídeos

© 2024 Portal Verdade. Todos os direitos reservados.

Welcome Back!

Login to your account below

Forgotten Password?

Retrieve your password

Please enter your username or email address to reset your password.

Log In

Add New Playlist

%d