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UEL sedia ato em defesa da Palestina nesta quinta-feira (7)

Massacre de Israel contra o povo palestino já contabiliza mais de 16 mil mortes

Completando dois meses do último ataque, nesta quinta-feira (7), a partir das 19h30, ocorre ato e debate em defesa da Palestina na UEL (Universidade Estadual de Londrina). O encontro acontece no Anfiteatro da Morfologia no CCB (Centro de Ciências Biológicas), localizado no campus, e contará com a presença de Ualid Rabah, presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), que tem se dedicado a denunciar o massacre que acontece na região por parte do Estado de Israel.

O evento é organizado pelo curso de Jornalismo da UEL, Centros Acadêmicos de Ciências Sociais e História, Jornal A Nova Democracia, Corrente Proletária na Educação e Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz.

Ayoub Hanna, professor do departamento de Comunicação da UEL e presidente do Sindijor Norte PR (Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná) pontua que a principal finalidade do evento é chamar atenção para o genocídio em curso na Faixa de Gaza. Ele destaca, porém, que para o real entendimento da violência a qual o território está submetido é necessário recuperar eventos históricos que levaram à criação do Estado de Israel em 1948, após o país se autodeclarar independente.

“Todo o sofrimento nos últimos 75 anos, desde que foi feita a chamada criação do estado de Israel. Este movimento vem de ações terroristas que dizimaram uma parte da população, várias vilas palestinas foram dizimadas, a população foi expulsa. A criação do estado de Israel é baseada em ações terroristas, milícias terroristas fizeram diversas ações. O mais emblemático e está em todos os livros de História, é o massacre de Deir Yassin. Então, esse aspecto histórico, junto com a questão formulação das resoluções da ONU [Organização das Nações Unidas] é muito importante. E aí se as pessoas não entendem este processo histórico, também não entendem como se chegou a esta situação”, observa.

O docente reforça que para a compreensão das opressões que o povo palestino sofre, quem constitui os grupos que lutam pela libertação e a situação política atual é imprescindível percorrer a trajetória dos conflitos e subordinação da região que tem atravessado décadas.

“Tudo que aconteceu desde a chamada partilha da Palestina, as guerras que se sucederam, a tomada violenta por meio de guerra de partes do território da Palestina que haviam sido destinadas por resoluções da ONU. A própria resolução da ONU que determina a volta das fronteiras, em 1967, aceitas pelas lideranças palestinas e estão incluídas nos acordos desde o final do século passado, na década de 90”, acrescenta.

A Resolução 242 citada, foi aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU em 22 de novembro de 1967, e incorpora o princípio que orientou a maioria dos planos de paz que vieram depois: ceder terras em troca pela paz (“terra por paz”).

A determinação fazia um apelo para a “retirada das Forças Armadas israelenses dos territórios ocupados no conflito recente” e ao “respeito e reconhecimento da soberania, integridade territorial e independência política de todos os Estados da região”.

Uma das principais reivindicações dos povos palestinos é a criação de um Estado nacional da Palestina no Oriente Médio.

“Não é segredo para ninguém, isso já tem sido dito por historiadores em diversas manifestações, que Gaza é equivalente à uma prisão a céu aberto do planeta. Está totalmente isolada, inclusive, por cerca e muros e bloqueios marítimos por parte do litoral. É um lugar de altíssima densidade demográfica, são milhões de pessoas que vivem em uma região minúscula e submetidas a diversos tipos de violação de direitos humanos. A conscientização sobre a situação que acontece lá não é apenas sobre os bombardeios deste massacre praticado nos últimos dois meses. É um massacre generalizado e permanente. E mesmo quando há alguns momentos de relativa de paz, a situação é complicadíssima”, avalia.

Segundo as Nações Unidas, 1,7 milhão de habitantes, mais de dois terços da população da Faixa de Gaza, abandonaram seus lares desde o início do ataque.

O professor ressalta a importância do evento para conscientização da população sobre a violação de direitos humanos na área. “A região vive um bloqueio de energia elétrica permanente, a energia é racionada, cortada em diversas partes do dia e, principalmente, não tem água o tempo todo. Um direito humano fundamental é o acesso à água que também é negado. Acesso a questões de saúde é negado, e a emprego, uma grande parte da população desta região está desempregada, vive de auxílio da ONU ou coisas parecidas”, adverte.

Ainda, evidencia a tarefa de desconstruir discursos enganosos disseminados pelos meios de comunicação hegemônicos, que incorrendo em práticas colonialistas, emite imagens carregadas de estigmas sobre o povo palestino. “A gente precisa tratar em eventos até para romper o bloqueio da imprensa tradicional, a mídia que regularmente é capacho, sujeita aos interesses dos EUA e trata o povo palestino ou com indiferença ou com grande número de mentiras, informações mentirosas e acaba parecendo em todo noticiário dessa chamada grande imprensa, que é totalmente desfavorável, defendendo a posição de Israel”, afirma.

Até este momento, a guerra decretada por Israel contra a Palestina já ceifou pelo menos 16.925 vidas — 1.402 do lado israelense e 15.523 na Faixa de Gaza, segundo o grupo terrorista Hamas, o que impede a verificação dos dados de forma independente.

Criação de Comitê de Solidariedade

Durante o ato, também será criado um Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino. “Já existem comitês de solidariedade em várias cidades do Brasil e pelo mundo afora. O objetivo do comitê é organizar entidades dispostas a apoiar a causa palestina. Esse apoio tem várias ações, primeiramente, a divulgação de aspectos históricos para que as pessoas entendam quem é o povo palestino, onde vive, como é a luta pela sua libertação e da sua pátria. Também a criação de uma frente mais voltada mais campanhas organizadas e regulares de esclarecimento sobre a situação e em casos específicos como esse onde o genocídio está sendo praticado, a população palestina está sendo massacrada, precisamos organizar vários tipos de respostas, incluindo, protestos”, explica.

O encontro é gratuito, aberto a toda comunidade interna e externa e não há necessidade de inscrição prévia.

Serviço:
Ato e debate em defesa da Palestina
Local: Anfiteatro da Morfologia no CCB/UEL
Dia e horário: 7 de dezembro de 2023 às 19h30
Entrada gratuita

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Franciele Rodrigues
Jornalista e cientista social. Atualmente, é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Tem desenvolvido pesquisas sobre gênero, religião e pensamento decolonial. É uma das criadoras do "O que elas pensam?", um podcast sobre política na perspectiva de mulheres.
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Jornalista e cientista social. Atualmente, é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Tem desenvolvido pesquisas sobre gênero, religião e pensamento decolonial. É uma das criadoras do "O que elas pensam?", um podcast sobre política na perspectiva de mulheres.

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