Um ex-assessor especial de Milton Ribeiro, amigo e braço direito do ex-ministro da Educação, faltou a quatro convocações da CGU (Controladoria-Geral da União) no âmbito da investigação sobre o balcão de negócios que operava no ministério.
Odimar Barreto dos Santos era importante elo de Ribeiro com os pastores que negociavam verbas federais para prefeituras mesmo sem cargos no governo de Jair Bolsonaro. Servidores do MEC confirmaram à CGU que o próprio Milton Ribeiro designou Odimar para atender os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos e que ele se reunia com Arilton frequentemente na pasta.
Ele ainda fora designado pelo ministro a trabalhar em dupla com Luciano de Freitas Musse. O também ex-assessor do MEC fazia parte da comitiva dos pastores antes de ser nomeado —Musse recebeu R$ 20 mil de um empresário nas tratativas para realização de um evento com Ribeiro no interior paulista.
A Folha mostrou em março que Odimar Barreto era uma das pessoas do MEC que frequentava o hotel usado como QG pelos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos nas tratativas com gestores.
Os pastores hospedaram-se 64 vezes, sendo que em dez delas Arilton estava no local ao mesmo tempo que Luciano Musse, como o jornal revelou.
Ex-major da Polícia Militar, Odimar Barreto tem relações muito próximas com Ribeiro, inclusive familiares. Ele é pastor auxiliar na mesma igreja comandada por Ribeiro em Santos (SP).
O ex-assessor se apresenta como pré-candidato a deputado nas redes sociais. Ele publicou foto em 28 de maio com o pré-candidato ao Governo de São Paulo pelo Republicanos, Tarcísio de Freitas, ex-ministro de Bolsonaro.
Em entrevista recente a um podcast, ele falou sobre sua candidatura e disse ter proximidade com Bolsonaro e outros ministros.
Fonte: Paulo Saldaña, Cézar Feitoza, Constança Rezende – Folha de São Paulo