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Carta em defesa da democracia será lida na UEL nesta quinta-feira (11)

Atividade ocorrerá às 10h no CECA e às 21h no CLCH. Outras atividades em prol do Estado Democrático de Direito e eleições livres acontecem na cidade no mesmo dia

Nesta quinta-feira (11), na Universidade Estadual de Londrina (UEL), ocorrerá a leitura da “Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito”, iniciativa criada pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, da Universidade de São Paulo (USP). O documento, inspirado na Carta aos Brasileiros de 1977 (texto criado em repúdio à ditadura militar), já conta com mais de 830 mil assinaturas. A adesão parte de cidadãos, movimentos sociais, sindicatos, partidos políticos, grupos empresariais, entre outros segmentos da sociedade.

Na UEL, o ato é organizado pela Comissão em Defesa da Democracia, vinculada ao Conselho Universitário (CU). Sérgio de Carvalho, professor do Departamento de Ciências Econômicas e reitor na Instituição até junho de 2022, conta que o grupo é formado por docentes, membros do Sindicato dos Professores do Ensino Superior Público Estadual de Londrina e Região (SINDIPROL/ADUEL), Sindicato dos Servidores Públicos Técnico-Administrativos da UEL (ASSUEL) e aguarda representação estudantil.

De acordo com Carvalho, a frente surge com o objetivo de pautar a defesa de direitos constitucionais, a exemplo do acesso à educação e saúde públicas bem como a garantia da soberania popular. Ele pontua que a finalidade do evento é “chamar atenção para a Constituição da República Federativa do Brasil criada a partir de uma Assembleia Constituinte [1987-1988], possibilitada por muita mobilização e luta do povo brasileiro para que tivéssemos um pacto democrático para o desenvolvimento econômico, político do país”.

Carvalho lembra que, embora a UEL não seja proponente da Carta, é fundamental que as universidades públicas, associações científicas integrem o movimento em prol da democracia e eleições livres. “As universidades, comunidades científicas do Brasil aderiram quase que automaticamente este documento, pois todos os valores que estas instituições defendem estão presentes na Carta como uma sociedade livre, igualitária. Qualquer democrata se identifica com esta Carta. Ficamos muito felizes enquanto comunidade científica em acompanhar outros setores da sociedade civil também compondo o movimento”, pontua.

Desde 2018, com a chegada de Jair Bolsonaro (PL) à Presidência do país, temos observado a circulação de discursos com viés golpista, responsáveis por questionar a lisura dos processos eleitorais e segurança das urnas eletrônicas. Frente a tais ataques, diversas mobilizações têm sido organizadas por todo o país em defesa das instituições democráticas e independência entre os três poderes da República (Executivo, Legislativo e Judiciário).

“A leitura da Carta, na verdade, é o povo brasileiro dizendo que quem vai às urnas agora é a Constituição”, afirma Carvalho. A atividade acontecerá em dois horários: às 10h na praça do Centro de Educação, Comunicação e Artes (CECA) e às 21h no gramado do Centro de Letras e Ciências Humanas (CLCH).

Outras atividades em defesa da democracia acontecem nesta quinta-feira em Londrina

A partir das 17h, no Calçadão em Londrina (em frente ao Banco do Brasil), movimentos sociais, sindicatos, partidos progressistas convocam a população londrinense para sair às ruas contra o autoritarismo, a escalada de diversas violências, precarização dos serviços públicos e aumento do custo de vida. O ato, que está sendo organizado em diversas cidades do país, foi nomeado de “#11A UNIFICOU – Dia Nacional de Mobilização Fora Bolsonaro, em defesa da democracia e por eleições livres”.

Às 20h, na réplica da primeira catedral de Londrina, localizada no campus da UEL, ocorrerá o lançamento da exposição “Juventudes e Participação”. Promovida pelos projetos de pesquisa: “Documentos inéditos dos arquivos do SNI [Serviço Nacional de Inteligência] Paraná” e “Opening the Archives”.

O material traz ao público “documentos inéditos produzidos por agentes do estado brasileiro e agentes vinculados aos Estados Unidos que investigaram e colaboraram com o silenciamento de cidadãos brasileiros, movimentos sociais e de todos aqueles que sofreram perseguição e repressão durante o período da ditadura militar no Brasil”, pontua Fábio Lanza, professor do Departamento de Ciências Sociais e um dos organizadores do evento.

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Franciele Rodrigues
Jornalista e cientista social. Atualmente, é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Tem desenvolvido pesquisas sobre gênero, religião e pensamento decolonial. É uma das criadoras do "O que elas pensam?", um podcast sobre política na perspectiva de mulheres.
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Jornalista e cientista social. Atualmente, é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Tem desenvolvido pesquisas sobre gênero, religião e pensamento decolonial. É uma das criadoras do "O que elas pensam?", um podcast sobre política na perspectiva de mulheres.

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