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‘Doutor Gabriel: uma alma partida’; volta ao palco neste fim de semana

O Dr. Gabriel Martins fez parte de uma geração de médicos pioneiros em Londrina. Havia, nos anos 30/40 do século passado, esse “espírito de época” de desbravar lugares inóspitos, levar ciência e solidariedade aos rincões escondidos do Brasil. O país, essencialmente rural, padecia de doenças infecto contagiosas que matavam milhares de brasileiros. Febre amarela, malária, surtos de cólera. Esse espírito científico, despertado com as descobertas de Pasteur, havia poucas décadas, animava jovens idealistas, como Gabriel, a ajudar construir um país melhor.

Essa imagem persiste até hoje, do “médico do interior”, que se tornava uma referência de autoridade. E geralmente tinham um profundo respeito pela gente pobre das comunidades rurais. Por isso, tornavam-se queridos onde trabalhavam. Gabriel Martins era um desses homens.  

Chegou aqui quando a cidade nascia. Formado na turma de 1935 na Universidade Federal do Paraná, em 1936 instalou-se em Londrina. Jovem, entusiasta, dedicou-se aos pobres.  Na época o atendimento à saúde era precário e os mais pobres não tinham onde serem atendidos e dependiam da caridade. Ele, então, trabalhou pelo “Hospitalzinho dos Indigentes”. Uma construção modesta que se localizava na esquina em frente onde hoje é o PAI (Pronto Atendimento Infantil). Foi um embrião da Santa Casa de Londrina.

Era profundamente apaixonado por sua noiva. Os sonhos de futuro, no entanto, sofreram um baque quando ela foi diagnosticada com Lepra. Doença estigmatizada, que à época era de internação compulsória em colônias.

Ele, por força do cargo de delegado de saúde pública deveria notificar a doença. Ela se recusa a internar-se. Ele viveu esse drama no início dos anos 40. É nesse dilema trágico que se baseia a peça “Doutor Gabriel – uma alma partida”. Uma reconstrução dramatúrgica da história desse médico que apesar de uma vida curta, deixou uma marca profunda na cidade.

A peça teatral será encenada entre os dias 22 e 23 de março na AML Cultural (em frente à Concha Acústica) às 20h.


Dr. Marco Antônio Fabiani, cardiologista

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