Parlamentar é um dos membros da bancada de oposição e elege segurança pública como prioridade para seu mandato
A partir desta quarta-feira (1°), a Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) conta com nova composição. Parlamentares escolhidos no pleito de 2022 assumem suas cadeiras. A jornalista Elsa Caldeira, do Portal Verdade, está em Curitiba para acompanhar a cerimônia de posse.
Entre eles, Renato Freitas (PT), eleito com mais de 57 mil votos. O deputado estadual será um dos membros da bancada de oposição cujo líder escolhido é Requião Filho (PT). Renato chega à Casa após enfrentar crimes de racismo e tentativas de barrar sua candidatura.
“Grande realização, se trata de um sonho coletivo, em que as pessoas se identificam, têm esperança, levantam e lutam, quebram o cotidiano monótono do trabalho, casa, responsabilidades e vão para uma praça com bandeira na mão com os dizeres que são identificados nas nossas propostas”, afirma.
Freitas pontua que as primeiras pautas que pretende levantar na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), em 2023, são a reforma agrária e urbana através da proposição de políticas que garantam redistribuição de terra, e a fiscalização das forças policiais. Segundo levantamento do Monitor da Violência, entre 2020 e 2021, a população carcerária do Paraná aumentou 9%.
São 30.646 pessoas presas no estado, considerando os regimes fechado, semiaberto e provisório. Entretanto, existem 22.061 vagas no sistema penitenciário, o que indica superlotação de 38,9%. O parlamentar ressalta o encarceramento em massa e genocídio da população negra, sobretudo, da juventude em decorrência da violência policial.
“A polícia do Paraná é a quinta que mais mata no Brasil e o Brasil é o país que mais mata no mundo. Isso é muita coisa. É uma polícia mortífera, deformada em seu senso ético em relação a vida de terceiros. É preciso câmeras corporais, localizadores nas viaturas, exames toxicológicos periódicos não para punir, mas para acompanhar e romper com a naturalização da violência, com a ideia de que “bandido bom é bandido morto”. Esta ideia é muito difundida no Paraná. Nós somos a imagem do medo, da ameaça para eles. Nossas vidas estão em jogo”, assinala.
Seus apoiadores também compareceram ao gabinete de Renato para reforçar o incentivo à sua gestão. Entre os eleitores, estava Vitor dos Santos, bacharel em Direito e liderança da Bratac, comunidade de Londrina. “Para nós, é uma grande emoção poder viver este momento com o Renato Freitas porque para nós ele é uma grande representatividade como nós pessoas negras, periféricas”, conta.
Acompanhe:
Franciele Rodrigues
Jornalista e cientista social. Atualmente, é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Tem desenvolvido pesquisas sobre gênero, religião e pensamento decolonial. É uma das criadoras do "O que elas pensam?", um podcast sobre política na perspectiva de mulheres.