Previsão é o equipamento esteja disponível para atender à população a partir de abril
As tratativas para instalação do tomógrafo, doado pelo Sindicato dos Bancários de Londrina e Região, ao HU (Hospital Universitário) continuam. De acordo com Leonardo Lucas Rentz, diretor de assuntos jurídicos do coletivo, na última sexta-feira (10), representantes da entidade estiveram, juntamente com a vereadora Lenir de Assis (PT), no HU para discutir a alocação do aparelho.
Segundo Rentz, no encontro foi debatido um cronograma para instalação do tomógrafo. “Após muitas tentativas, o Sindicato foi recebido pela administração do HU, junto com a vereadora Lenir de Assis, para uma reunião na qual o Hospital demonstrou os porquês da demora e a previsão de instalação do tomógrafo para final de março de 2023”, conta.
A verba de aproximadamente R$ 2 milhões para compra do aparelho foi disponibilizada em junho de 2022, após o Sindicato dos Bancários vencer processo trabalhista contra o banco Santander. Na ocasião, a instituição financeira foi condenada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) a pagar indenização por cobranças abusivas de metas, assédio moral e adoecimento mental de seus funcionários.
Conforme demonstrou reportagem do Portal Verdade, quase um ano depois, o instrumento, utilizado para criar imagens detalhadas de variados tecidos do corpo humano, ajudando a identificar, portanto, doenças graves, ainda não foi instalado (relembre o caso aqui).
De acordo a Diretora Administrativa do HU, Daiane Cardoso, a demora para alocação do tomógrafo decorre da falta de estrutura física e redução no quadro de funcionários enfrentada pela Unidade, visto os processos de terceirização e sucateamento das condições de trabalho que os profissionais da área da Saúde enfrentam no estado.
Uma das principais dificuldades apontadas pelo Sindicato ao longo dos últimos meses foi a falta de diálogo com o HU e Ministério Público do Trabalho. “O sindicato entende a burocracia que permeia a administração pública. O maior obstáculo foi a comunicação entre o HU e a nossa entidade. Com a comunicação deficiente era impossível o sindicato saber se a administração pública estava trabalhando para a instalação do tomógrafo”, avalia Rentz.
Franciele Rodrigues
Jornalista e cientista social. Atualmente, é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Tem desenvolvido pesquisas sobre gênero, religião e pensamento decolonial. É uma das criadoras do "O que elas pensam?", um podcast sobre política na perspectiva de mulheres.