O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda referente a fevereiro de 2023 registrou alta para todas as classes, na comparação com janeiro. Os dados, divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada nesta terça-feira (21/03), mostram que a menor taxa foi observada entre as famílias de renda muita baixa (0,69%), enquanto a maior ficou com as famílias de renda alta (1,05%). No acumulado em 12 meses, até fevereiro, enquanto as famílias de renda alta tiveram a variação mais elevada (7,03%), a menor taxa inflacionária foi do segmento de renda média-baixa (5,36%).
Na análise por grupos, “educação” e “saúde e cuidados pessoais” registraram a maior pressão inflacionária. No caso da educação, os reajustes de 7,6% das mensalidades dos cursos regulares e de 3,7% dos cursos livres explicam a alta no mês, sobretudo para as famílias de classe de renda alta, cujos gastos com esse grupo têm mais peso no orçamento familiar. Já em relação a saúde e cuidados pessoais, o principal ponto de pressão veio do aumento de 2,8% dos produtos de higiene pessoal, sobretudo para as classes de renda mais baixas. Para a faixa de renda alta, o maior impacto inflacionário nesse grupo partiu do reajuste de 1,2% dos planos de saúde.
Embora em menor intensidade, o aumento de 1,4% das tarifas de energia elétrica também contribuiu para elevar a inflação do grupo “habitação”, em especial para as famílias de renda mais baixa. Para as famílias de renda alta, ao contrário das demais classes, a queda de 9,4% das passagens aéreas conduziu a um alívio na inflação de fevereiro no grupo “transportes”, mesmo com o reajuste de 1,2% da gasolina.
Na comparação com fevereiro de 2022, houve queda na taxa de inflação para todas as classes, mas essa redução foi mais intensa para as famílias de menor renda, principalmente devido à melhora no comportamento dos alimentos no domicílio. As quedas dos preços dos tubérculos (-8,1%), das carnes (-1,2%) e das aves e ovos (-0,7%), em fevereiro deste ano, fizeram com que a alta desse grupo (0,4%) ficasse bem abaixo da observada neste mesmo mês em 2022 (1,7%).
Os dados acumulados em doze meses mostram que, até fevereiro de 2023, na comparação com o mês imediatamente anterior, houve redução para todas as faixas de renda. A taxa para as famílias de renda alta (7,0%), porém, está descolada das demais, que se situam entre 5,4% e 5,9%.
Fonte: Rádio Peão Brasil