Marco Aurélio de Carvalho está otimista e quer “mostrar a importância do movimento social para o país e o mundo”
O Grupo Prerrogativas, que estará no conjunto de advogados que organizarão a defesa do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), que é alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instalada nesta quarta-feira (17), está otimista sobre o desempenho dos representantes do movimento na inquirição dos parlamentares.
“Essa oportunidade será singular, já que o MST tem em seus quadros alguns dos melhores quadros da política brasileira. Seguramente, ao lado deles, vamos mostrar a importância desse movimento social e a importância da reforma agrária”, afirmou Marco Aurélio de Carvalho, um dos fundadores do Grupo Prerrogativas.
A CPI que vai investigar as atividades do MST será formada, majoritariamente, por bolsonaristas, inclusive nos dois cargos mais importantes. O deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente no governo de Jair Bolsonaro (PL), será o relator. O Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS) presidirá a comissão.
Articulada por partidos de oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a CPI foi instalada a pedido de Zucco. Segundo o proponente, a investigação pretende descobrir “o verdadeiro propósito” do MST, os financiadores do movimento e a situação atual de propriedades que foram ocupadas.
Para Carvalho, a CPI é uma tentativa de criminalizar o movimento. “Eu acho que ficará difícil para os deputados, qualquer que seja a estratégia, conseguir criminalizar um movimento que é motivo de orgulho para o Brasil e o mundo. Os quadros políticos do MST estão extremamente preparados.”
O representante do Grupo Prerrogativas confia no histórico recente do movimento e no amparo que a Constituição oferece às ações dos sem terras. “A ideia é usar a oportunidade de mostrar para o país e o mundo o que o texto constitucional já traz em seu vernáculo, que é a função social da propriedade. Vamos mostrar também o papel do MST no combate à fome, já que 33 milhões de seus habitantes voltou a sofrer com a fome. É possível que os pequenos agricultores desse país voltem a alimentar a população”, apontou o jurista.
Por fim, Carvalho lamentou que o movimento seja alvo de uma investigação do Legislativo. “Não há sentido nenhum, no momento de reconstrução do país, fazermos uma quinta CPI, com gasto do dinheiro público, o envolvimento de um número grande de parlamentares que poderiam e deveriam enfrentar outros desafios, como o combate à fome e à miséria, de fazer o país voltar a crescer, para gerar emprego e renda.”
Fonte: Brasil de Fato