Estrangeiros entram e saem da bolsa de valores. Saldo para o país? R$ 10,2 bilhões negativos! Como tratei em outras colunas, essa instabilidade é padrão na economia de ilusões, da novidade que vai gerar lucros infinitos com base em algo misterioso. Vocês já se perguntaram como bitcoin pode gerar lucro? Que de valor de uso ela tem que se torna algo importante para ser comprado? Partindo do tempo de trabalho, tal como tenho feito nessa coluna, um trabalhador ganha R$ 1.200,00; trabalhando 44 horas semanais, e tem de pagar as contas, e, o trabalhador conseguiria faturar bilhões do nada?
Não é do nada…, e não se ganha trabalhando, mas se apropriando do trabalho de alguém. A bitcoin dá lucro, pois à medida que várias pessoas acreditam nele, investem, isto é, colocam dinheiro, equivalente de um trabalho passado, ele valoriza e pode ser trocado por moeda, garantida pelo Estado. Porém, à medida que não há essa correspondência com trabalho passado, alguém tem de pagar, e em geral, é a base que paga para o alto da pirâmide.
Voltando a imagem da saída de capitais estrangeiros no último mês de abril. Esse processo de ganhar na especulação da bolsa impacta na vida real das pessoas. Pois, a saída de capitais impacta no dólar, nos juros e nas ações das empresas.
O Estado pressionado por tudo isso, seguindo a cartilha neoliberal-financeira para tentar atrair novamente os gafanhotos apostadores, estrangula a economia. E, corta gastos, aumenta o preço da luz do diesel, do gás e da gasolina. Logo, as médias empresas demitem, pois os lucros estão sendo transferidos para alguns setores, para àqueles que captam mais recursos do capital no mercado da bolsa.
E o presidente? Paulo Guedes? Eles falam em privatizar e isso significa pegar todo nosso patrimônio e jogar para os gafanhotos comerem. E o que restará desse modelo submisso ao capital fictício? É necessário intervir em favor das classes populares, regular o mercado de capitais e taxar os ricos. Os liberais vão gritar: “Estado não pode mexer com a economia!”. Mas o aumento indefinido dos preços da Petrobrás representa um tipo de intervenção do Estado a favor do capital-vendedor de ilusões.