A privatização da Eletrobras já tem data marcada: 13 de junho. A estatal comunicou nesta sexta-feira (27) à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) detalhes sobre a operação que tirará o governo do controle companhia. Por meio dessa operação, a empresa colocará novas ações à venda. A União, que hoje detém cerca de 75% das ações com direito a voto, não vai exercer o direito de compra das novas ações, as quais serão divididas entre investidores privados. Com isso, o governo reduzirá sua participação no capital social da Eletrobrás. A expectativa é que, após essa redução, ele passe a ter só 45% das ações com direito a voto, ou seja, menos da metade necessária para que decidir sozinho os rumos da companhia, como hoje.
Segundo a Eletrobras informou à CVM, a capitalização da empresa ocorrerá em fases. Do dia 3 a 8 de junho, investidores poderão manifestar seu interesse em ações da companhia. No dia 9, levando em conta esse interesse, será definido o preço de cada ação à venda. Hoje, essas ações estão cotadas a R$ 44, o que indica que a capitalização da Eletrobras pode movimentar até R$ 30 bilhões. Segundo sindicatos de funcionários da Eletrobras, a empresa toda vale cerca de R$ 400 bilhões. Já no dia 13, as ações serão efetivamente vendidas. Isso significa que, a partir daí, a empresa deixará de ser controlada pelo governo.
Mobilização contra venda
Sindicatos e movimentos populares têm se manifestado contra a privatização da Eletrobras. Eles já prometeram agir para tentar evitar a venda do controle da empresa, a maior do setor de energia de toda a América Latina. Uma série de ações judiciais estão sendo elaboradas para questionar a legalidade e a forma como as ações da Eletrobras serão vendidas. Parte dessas ações se deve a erros ou omissões já apontadas pelo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo, sobre o processo. Ele foi o único que se posicionou contra a venda.
Fonte: Brasil de Fato