São Paulo – A guerra na Ucrânia completa três meses nesta terça-feira (24) sem sinais de que esteja próxima do fim. O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, declarou na data que a “operação especial” vai continuar. “Apesar da assistência em grande escala do Ocidente ao regime de Kiev e da pressão das sanções sobre a Rússia, prosseguiremos a operação militar especial até que todas as tarefas sejam concluídas”, disse. O ministro acrescentou que os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) ignoraram os vários alertas de Moscou sobre a expansão do bloco militar e também sobre a não implantação de armas de ataque próximo do território russo.
“A situação piorou significativamente na região do Leste europeu em relação à segurança coletiva. Apesar dos esforços da Rússia, o Ocidente ignorou as propostas sobre a resolução das nossas questões de segurança principais”, acrescentou Shoigu. “Fizeram tudo exatamente ao contrário”, declarou, de acordo com o Sputnik Brasil. Segundo ele, a aliança ocidental, ao se aproximar das fronteiras russas, “elevou em várias vezes seu potencial de combate” e se intensificaram os esforços de EUA e liderados para que a Ucrânia aderisse à Otan, ao mesmo tempo em que Kiev se transformou em “um Estado hostil” a Moscou, a partir do golpe que derrubou o líder pró-russo Viktor Yanucovich em 2014. A partir de então, o Estado ucraniano passou a incorporar milícias e facções de combate neonazistas sofisticadas, segundo Moscou.
Os ataques de Moscou contra posições e unidades ucranianas em Donbass se intensificaram nos últimos dias. Moscou informou, por exemplo, que nas últimas 24 horas foram destruídos três postos de comando, 36 áreas de concentração de tropas e equipamentos militares e uma divisão de artilharia na cidade de Soledar, na região de Donetsk. Nas imediações de Kramotorsk, na mesma região, a aviação russa diz ter abatido um caça ucraniano MiG-29.
O próprio presidente ucraniano, Volodymyr Zelenski, admitiu, no fim de semana, que “a situação em Donbass é muito difícil”. Enquanto isso, a mídia ocidental, e brasileira, continua a reproduzir a versão ucraniana e a construir uma “narrativa” em que a Rússia é o “mal” e a Ucrânia o “bem”, apesar da comprovada ação neonazista de Kiev.
Na sexta-feira, a Rússia anunciou a rendição dos últimos combatentes neonazistas do Batalhão Azov na cidade de Mariupol (onde a facção era baseada), no sul da Ucrânia, palco da disputa mais violenta da guerra até aqui. A queda da cidade e seu domínio por Moscou – permitindo a ligação à Crimeia – é a maior vitória russa até agora no conflito.
Finlândia e Suécia
Nas últimas semanas, a tensão na Europa aumentou, com o pedido de Finlândia e Suécia de aderirem à Otan. Em artigo publicado no site RT, o escritor e jornalista americano Robert Bridge afirmou que os dois países nórdicos “quebraram seu status de neutralidade e estão buscando a adesão à Otan”. A iniciativa, diz, “é o mais recente sinal de que países inteiros estão caindo no discurso anti-Rússia da mídia”.
“Agora, ambos os países perderão efetivamente sua segurança e soberania, para não mencionar gastar mais dinheiro, apenas para se tornarem servos contratados do complexo industrial militar dos EUA”, escreveu Bridge.
A Turquia, membro da Otan, se nega a apoiar os dois países e acusa suecos e finlandeses de abrigarem organizações terroristas em seus territórios.