Sete anos após o golpe de 2016 arquitetado contra Dilma Rousseff, a justiça foi feita. A primeira presidenta da história do Brasil foi inocentada e representa início da reconstrução da democracia, que foi atacada de forma sucessiva nos últimos anos. O reconhecimento, mesmo que tardio, dessa injustiça precisa ser comemorado e revela a importância da vigilância aos princípios democráticos. Essa semana, um dos algozes de Dilma, na votação para que fosse instaurado o impeachment, está a um passo de ser homenageado como Cidadão Honorário do Paraná. Uma vergonha!
Quem exaltou torturadores de uma mulher, não merece honraria. Quem desprezou a ciência, não merece honraria. Quem zombou da dor de milhões de brasileiros durante sua maior crise sanitária da história recente, não merece honraria. Mas, o que isso tem a ver com a Dilma? Tudo, uma vez que as circunstâncias políticas e as ilegalidades que cercaram esse capítulo continuam presentes. Todo o processo do impeachment foi pontuado por eventos baseados na intolerância, no ataque às minorias, no machismo, no sexismo e na “violência política de gênero”. Sim, Dilma foi vítima de violência política de gênero.
Em 2016, a primeira presidenta eleita, democraticamente, foi afastada da presidência sob acusações de crime de responsabilidade fiscal. As alegações, entretanto, foram objeto de acalorados debates e utilizada por grupos derrotados nas urnas para a instauração de um sentimento de divisão entre “nós” e “eles”. Alguém se esqueceu dos adesivos indecorosos com a caricatura de Dilma nos carros em protesto ao preço da gasolina? Pois é, nos últimos anos o combustível subiu muito mais, mas não vimos esse mesmo tratamento com o ex-presidente.
A cumplicidade machista, que aplaude quem ataca à democracia, às mulheres e às minorias, precisa, urgentemente, ser exposta e combatida. O Brasil não será um país por inteiro enquanto não tratar as mulheres com o mesmo respeito dado aos homens.
Voltando ao aspecto político, é importante lembrar duas coisas. Primeiro, Dilma não recebeu nenhum gesto de solidariedade, além de sua militância. Segundo, na administração pública, a transparência e a prestação de contas são mais cruciais do que nunca e a revisão do impeachment de Dilma assume uma importância renovada. Aqui estão alguns pontos-chave que destacam por que essa discussão é relevante mesmo sete anos depois:
- Legado Político e Institucional: O processo de impeachment teve implicações profundas no cenário político brasileiro. Reavaliar a validade das acusações e da subsequente destituição de Dilma Rousseff pode contribuir para uma compreensão mais precisa dos impactos dessa crise sobre as instituições democráticas do país.
- Justiça e Credibilidade: Inocentar Dilma é essencial para manter a credibilidade das instituições e do sistema jurídico. Afinal, uma democracia forte é construída sob a justiça imparcial e a igualdade perante a lei.
- Reflexões sobre o Processo: Revisitar o impeachment de Dilma oferece a oportunidade de refletir sobre a forma como tais processos são conduzidos. Isso pode levar a uma maior clareza nas regras e nos procedimentos, evitando abusos futuros e assegurando que a responsabilidade fiscal seja tratada de maneira justa e eficaz.
- Contexto Atual: A discussão ganha ainda mais relevância em meio às dinâmicas políticas contemporâneas. A polarização e a desconfiança em relação às instituições reforçam a necessidade de abordar os erros do passado para construir um futuro mais transparente e coeso.
A inocentação da ex-presidenta Dilma Rousseff não se trata apenas de olhar para trás, mas de garantir que a justiça seja feita e que as lições do passado sejam aprendidas. Em um momento em que a democracia é testada em várias partes do mundo, o Brasil tem a oportunidade de reafirmar seu compromisso com a equidade, a legalidade e a transparência.
À medida que a sociedade evolui e novas perspectivas são consideradas, a verdade sobre os eventos passados não deve ser deixada de lado. Sete anos após o Golpe, é hora de reavaliar criticamente o processo e, restaurar a justiça e a dignidade da ex-presidenta, contribuindo assim para uma democracia brasileira mais robusta e confiável. Hoje, Dilma, presidenta do Banco dos BRICS, ela retorna ao cenário da política mundial para realocar o nosso país na economia global, onde o Brasil é o protagonista e tem uma mulher no comando da maior aliança econômica entre países emergentes.
Em seu último discurso, logo após seu afastamento, Dilma disse: “Nós voltaremos”
Hoje, eu digo: “Nós voltamos!”