Caso medida seja implementada em todas as instituições de ensino anunciadas, Paraná contará com 321 colégio cívico-militares
A ULES (União Londrinense dos Estudantes Secundaristas) realiza hoje, às 18h, em frente ao Cine Teatro Ouro Verde, ato contra a militarização de escolas estaduais promovido pelo governo Ratinho Jr. (PSD). Na última semana, a SEED (Secretaria Estadual de Educação do Paraná) anunciou que fará uma consulta pública nos dias 28 e 29 de novembro em 56 municípios, na qual os pais dos alunos matriculados em 127 escolas poderão votar se querem ou não que essas instituições se tornem colégios cívico-militares.
Nos últimos anos, o governo paranaense já implementou o projeto em 200 escolas, e pretende atingir mais 127 colégios. As duas cidades com mais colégios alvo dessa iniciativa são Curitiba e Londrina, com 27 e 13 colégios, respectivamente. No modelo cívico-militar, a administração dos colégios é compartilhada entre os civis e militares que, no caso do Paraná, são ligados à Polícia Militar.
Enquanto o Paraná pretende ampliar o modelo, em julho deste ano, o governo federal anunciou que vai descontinuar o PECIM (Programa Nacional de Escolas Cívico-Militares) criado em 2019, na gestão Bolsonaro (PL). Das 216 instituições ligadas ao PECIM, apenas 49 continuarão funcionando, mas agora por meio de verbas exclusivamente dos estados ou dos municípios, e não mais por verbas federais.
A estudante secundarista e presidente da ULES, Ravila Delay explica sobre as motivações do ato de hoje. “Nós como uma entidade que representa os estudantes, vemos a importância do ato para que possamos mobilizar pessoas e explicar o mal da militarização. A militarização é uma ideia de um governador fascista, o modelo é visto como um modo de calar, oprimir e doutrinar os estudantes apenas por ser quem são ou por ter pensamentos únicos. Na prática, já vimos que os colégios cívico-militares não funcionam e, cabe a nós os estudantes decidir qual é a escola dos nossos sonhos, escola é lugar de liberdade, respeito e segurança, lugar de militar é no quartel”, diz.
“Se for necessário faremos quantos atos for preciso para mostrar a realidade sobre essa ideia fascista, e continuaremos a todo o vapor com as panfletagem até o dia da votação na semana que vem, dias 28 e 29 de novembro”, complementa a estudante.
*Matéria do estagiário Lucas Worobel sob supervisão.