A mobilização é uma resposta às denúncias de assédios sexual e moral ocorridos no Conselho
Os servidores do Conselho Federal de Técnicos Industriais (CFT) deflagraram greve por tempo indeterminado, a partir desta quarta-feira (10). A deliberação foi aprovada por unanimidade em assembleia realizada na última sexta (5).
A mobilização é uma resposta às denúncias de assédios sexual e moral praticados pelo presidente da entidade, Solomar Rockembach. A categoria denunciou também uma série de problemas no Conselho, como a ausência de negociação coletiva e o descumprimento dos contratos de trabalho.
A paralisação será realizada de duas formas. Na primeira semana, de quarta a sexta, a greve será integral. Já a partir de segunda-feira da semana seguinte, os trabalhadores ficarão em regime home office.
Basta de assédio
Nos últimos dias, vieram a público os casos de assédios no CFT envolvendo Solomar. Segundo as investigações, os episódios incluem falas de cunho sexual, piadas com ameaças de demissão e até mesmo aproximação física. Testemunhas ainda afirmam que o presidente tinha o costume de chamar funcionárias para sala e trancar a porta.
Após as acusações, o Ministério Público do Trabalho (MPT) recomendou, em 21 de maio, o afastamento imediato de Solomar e a criação de instância interna e imparcial para a apresentação de denúncias, ameaças, retaliações, misoginia e quaisquer tipos de assédio ou discriminação. O prazo para o cumprimento das medidas era de 10 dias. No entanto, até o momento, o presidente continua no cargo.
Diante da inércia do Conselho e do ambiente de trabalho hostil, os servidores deflagraram greve e só retornarão aos postos de trabalho após uma resposta incisiva do órgão. Além disso, a categoria exige agilidade no processo.
“Diante dos casos de assédio ocorridos no CFT e divulgados pela imprensa, e CUT-DF e o Sindecof-DF convocaram assembleia para deflagrar greve em função do ambiente hostil, que adoece e maltrata os trabalhadores e as trabalhadores, que já estão fragilizados nesse momento tão difícil”, disse o presidente do Sindecof ─ sindicato que representa a categoria ─ e secretário-geral da CUT-DF, Douglas Almeida.
Fonte: CUT Brasil