O Brasil perdeu na última década 9.579 indústrias, ou 3,1% do total, e com elas um milhão de empregos (-11,6% do total), sendo que 5.747 vagas foram perdidas nas indústrias extrativas e 998.200, nas de transformação. Os dados, que compõem a Pesquisa Industrial Anual (PIA) Empresa, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), evidenciam o processo de desindustrialização brasileiro – que, na ausência de um projeto de desenvolvimento econômico para o país, não se reverte no governo Bolsonaro.
Na comparação de 2019 com 2011, a perda foi de 2,865 mil empresas (-0,9%). Desde 2013, ponto mais alto da série de 10 anos, a redução foi de 9,4% (31,4 mil empresas). Em 2020 o setor industrial ocupava 7,7 milhões de pessoas, das quais 97,4% operavam nas indústrias de transformação. Frente a 2013, houve uma perda de 15,3% das vagas. “Entre 2019 e 2020, houve uma queda de 0,9% no número de empresas, sendo 0,8% nas indústrias extrativas e 0,9% nas indústrias de transformação. Também houve queda de 1,2% no número de unidades locais frente a 2019, sendo 1,3% nas extrativas e 1,1% nas indústrias de transformação”, analisa a gerente de Análise Estrutural do IBGE, Synthia Santana.
Salário menor
Das 29 divisões da Indústria, nove perderam pessoal desde 2011. Até 2020, mais da metade das perdas de postos de trabalho foi nos setores de confecção de artigos do vestuário e acessórios (258,4 mil), preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (138,1 mil) e fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (134,2 mil). Já os maiores ganhos ocorreram na indústria alimentícia, principal empregadora do setor, seguida da indústria de fabricação de produtos não-metálicos e de produtos de borracha e material plástico. Como a criação de novas vagas se deu, sobretudo, em setores com salários mais baixos, o salário médio da indústria caiu, em 10 anos, de 3,5 s.m. para 3,0 s.m.
Mesmo pagando os salários mais elevados, as Indústrias extrativas tiveram uma redução no salário médio, passando de 6,1 s.m. em 2011 para 4,6 s.m. em 2020. Nas Indústrias de transformação, o salário médio caiu de 3,5 s.m. em 2011 para 2,9 s.m. em 2020. Ante 2019, o salário médio caiu de 3,2 para 3,0 s.m.: nas indústrias extrativas ele se manteve em 4,6s.m. e nas indústrias de transformação, caiu de 3,1 para 2,9 s.m. O porte médio das empresas caiu de 28 para 25 empregados entre 2011 e 2020, período em que a participação da fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias na receita líquida da indústria (7,1%) caiu 4,9 p.p., indo da 2ª para a 4ª posição no ranking, em 2020.
Com informações do portal do IBGE.
Fonte: Portal Vermelho