Saiba como sua família pode se tornar um lar temporário e ajudar crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade
Em Londrina, cerca de 100 crianças e adolescentes estão em situação de acolhimento, muitas delas aguardando um lar temporário que as receba com amor e segurança. O programa “Família Acolhedora”, implementado pela Secretaria Municipal de Assistência Social, oferece acolhimento temporário a crianças e adolescentes afastados de suas famílias por ordem judicial devido a situações de desproteção.
O acolhimento pode ter duração de até dois anos, visando proporcionar convivência familiar enquanto se busca o retorno à família de origem ou o encaminhamento para adoção.
A secretária de Assistência Social, Jacqueline Micali, pontua que a pasta está reativando o programa e destaca o aumento da demanda, especialmente, no contexto pós-pandemia. Atualmente, o município conta com cerca de 15 famílias ativas, um número que, segundo a secretária, é insuficiente para atender à demanda existente.
“Essa demanda está muito aquém. Hoje, temos 100 crianças e adolescentes em 10 acolhimentos institucionais. Em especial, os pequenos poderiam estar em uma família acolhedora. Então, qual é o nosso objetivo? Colocar essas crianças, principalmente, as pequenas, cada vez mais nas famílias acolhedoras”, afirma Jacqueline.
No ano passado, foi implantado em Londrina o programa Seja Lar, complementando o Família Acolhedora. Agora, o município conta com dois serviços de acolhimento familiar, oferecendo mais opções para crianças em situação de vulnerabilidade.
Sobre o impacto dessa iniciativa a secretária destaca: “É surpreendente. Os dados demonstram o exercício que nós estamos fazendo de comparação, de comportamento, de evolução, dessa criança que vai para um acolhimento, por mais que nós estamos fazendo uma implementação, são casas-lares de, no máximo, até 10 crianças, nós estamos falando de uma institucionalização”, explica Jacqueline.
A importância de um lar
Ter um lar significa muito mais do que ter um teto. A família desempenha um papel crucial na vida de uma criança, servindo como sua primeira base e influência. A secretária enfatiza que, para o sucesso do programa é essencial que o ambiente familiar ofereça estabilidade emocional. Isso se deve ao fato de que as crianças acolhidas muitas vezes vêm de situações de violação de direitos e rompimento de vínculos.
“Quando nós colocamos uma criança, que vai ser tratada como única, ou que ela vai estar ali com o seu irmão, mas ela vai estar num ambiente familiar, no horário que aquela família acorda, aquela família levando ela no hospital, se ela precisar, levando ela para tomar as vacinas, acompanhando ela na escola, ou seja, incluída em uma dinâmica familiar, isso tem um impacto muito grande no desenvolvimento dessa criança. E isso, com certeza, reflete na sua adolescência e na sua vida adulta”, acrescenta Jaqueline.
Jacqueline complementa: “Casa sempre vai ser casa, lar sempre vai ter o cheirinho do lar, o gostinho do lar, a comidinha de quem está colocando na mesa somente para ela, o olhar somente para ela, com certeza isso é o melhor”.
Como ser uma Família Acolhedora
As famílias acolhedoras recebem uma ajuda de custo para cobrir as despesas com as crianças e podem acolher no máximo duas crianças ao mesmo tempo. A equipe é composta por assistentes sociais e psicólogos que ficam responsáveis por conduzir a avaliação e capacitação das famílias inscritas, preparando-as para lidar com as necessidades dos acolhidos.
É importante destacar que o acolhimento é temporário e não deve ser confundido com adoção. Inclusive, não estar na fila da adoção é um dos critérios para se tornar uma família acolhedora.
Os outros critérios para participar do programa são: ter mais que 21 anos, residir em Londrina há pelo menos um ano e não ter pendências com a Justiça ou o Conselho Tutelar. Além disso, é fundamental que todos os membros da família concordem com a participação no programa e que a família não tenha passado por lutos ou perdas recentes, garantindo estabilidade emocional para o acolhimento. Para mais informações, acesse o link disponível aqui.
Matéria da estagiária Fernanda Soares sob supervisão.