Ato compõe agenda nacional de luta em prol da democracia; atividades iniciam às 17h no Calçadão
Hoje (quinta-feira, 11/08), movimentos sociais, sindicatos, partidos progressistas convocam a população para sair às ruas contra o autoritarismo, a escalada de diversas violências, precarização dos serviços públicos e aumento do custo de vida, que tem esvaziado ainda mais os bolsos dos trabalhadores e trabalhadoras. O ato, que está sendo organizado em diversas cidades do país, foi nomeado de “#11A UNIFICOU – Dia Nacional de Mobilização Fora Bolsonaro, em defesa da democracia e por eleições livres”. Em Londrina, a concentração está marcada para às 17h no Calçadão, na praça ao lado do Banco do Brasil.
“As principais pautas dessa manifestação são contra a ameaça de golpe que a gente vem sofrendo do governo federal, em defesa da democracia e contra o desmonte da educação”, convoca Stela Pinheiro, graduanda de Relações Públicas e presidenta do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Estadual de Londrina (UEL).
Ana Cassorina dos Santos, tem 66 anos, é moradora da ocupação Flores do Campo em Londrina. Atualmente, ela e seu filho com deficiência vivem com uma renda mensal de R$400, garantida pelo recebimento de programas sociais. A idosa tenta complementar o valor desenvolvendo trabalhos informais “eu faço sabão caseiro e saio vendendo, mas não dá muita coisa”, conta.
Viviane do Carmo Damazio, também moradora do Flores do Campo, mãe de duas crianças, sobrevive com o pagamento do Auxílio Brasil e doações. Ela lembra que antes da pandemia do novo coronavírus realizava serviços domésticos e de auxiliar de cozinha. “Meu sonho é ter um trabalho registrado para dar um futuro melhor para as minhas filhas”, declara.
A realidade das duas mulheres não é diferente de grande parte da população. Levantamento realizado pela Fundação Getúlio Vargas em junho deste ano, identificou que quase 10 milhões de pessoas passaram a viver em situação de pobreza entre 2019 e 2021 no país. De acordo com a pesquisa, 33 milhões de brasileiros vivem com menos de R$ 289 por mês. Este é o pior cenário já registrado desde 2012, quando o estudo começou a ser realizado.
Pinheiro reforça a importância da adesão de toda sociedade na defesa ao estado democrático de direito e de melhores condições de vida para todos. “A gente espera que o evento chame a população, os estudantes, todos nós que estamos sendo atingidos por essa política de morte”, pontua a presidenta do Diretório Central dos Estudantes da UEL.
Franciele Rodrigues
Jornalista e cientista social. Atualmente, é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Tem desenvolvido pesquisas sobre gênero, religião e pensamento decolonial. É uma das criadoras do "O que elas pensam?", um podcast sobre política na perspectiva de mulheres.