Em cinco anos de gestão do atual governador, houve mais de uma morte por dia causada por policiais militares
A Polícia Militar do Paraná causou a morte de mais de 1,9 mil pessoas desde 2019, quando o atual governador, Ratinho Jr. (PSD), assumiu o cargo pela primeira vez. Os números incluem os cinco primeiros anos de Ratinho à frente da Segurança Pública; ou seja, a estatística vai até o fim de 2023, já que os números do primeiro semestre de 2024 não foram divulgados.
O alto número de mortes levou um grupo de famílias a organizar protestos públicos regulares contra a violência policial. Durante pelo menos um sábado de cada mês, pais e familiares de vítimas se encontram na Rua XV de Novembro ou em outro ponto de grande fluxo de pessoas no Centro de Curitiba. Com cartazes, faixas e panfletos, eles falam sobre a brutalidade policial e sobre a dor de perder alguém para a violência.
Entre as reivindicações do grupo estão o uso de câmeras corporais por todos os policiais militares, o uso de munições não letais, a desmilitarização da polícia e o banimento de técnicas violentas de contenção como o “mata-leão”. Em novembro, o ato está programado para o próximo sábado, dia 9, às 10h30 da manhã, no calçadão da Rua XV.
Violência diária
As 1.903 mortes causadas pela Polícia Militar desde janeiro de 2019 significam que houve mais de uma “morte por confronto” por dia desde a posse do atual governador. Os cinco anos cobertos pelos números representam 1.826 dias de gestão. Ou seja: houve uma morte por dia e ainda sobram dias com mais de uma pessoa sendo morta pela PM.
Durante os quatro anos do primeiro governo de Ratinho, a estatística de mortes causadas pela polícia foi sempre crescente. No primeiro ano de governo Ratinho, houve 307 mortes causadas por policiais militares. No quarto ano do mandato, o número tinha subido cerca de 60%, com 488 mortes registradas em 2022.
No primeiro ano do novo governo, pela primeira vez houve uma diminuição em relação ao período imediatamente anterior: foram computadas 348 mortes causadas por PMs, número que mesmo assim é superior aos anos anteriores à posse do atual governador.
Fonte: Jornal Plural