Coletivo repudia precarização da educação pelas gestões de Bolsonaro e Ratinho Júnior e destaca a defesa da democracia
Durante assembleia realizada na última segunda-feira (17), estudantes da Universidade Estadual de Londrina (UEL) aprovaram, por unanimidade, nota na qual expressam apoio à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Palácio do Planalto. O documento aponta o desmonte das políticas educacionais e negacionismo científico, adotados pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) e ressalta a importância da defesa da democracia e garantia dos direitos previstos na Constituição Federal de 1988, a exemplo de uma educação gratuita e de qualidade para toda a população.
Também critica processos de sucateamento da educação no Paraná, a exemplo da conversão de escolas estaduais em cívico-militares e aprovação da Lei Geral das Universidades (LGU) pela gestão de Ratinho Júnior (PSD). Além do Diretório Central do Estudantes (DCE) da UEL, assinam o manifesto a União Nacional dos Estudantes (UNE), Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Levante Popular da Juventude, União Paranaense dos Estudantes (UPE), centros acadêmicos da Instituição, entre outras entidades.
Letícia Freitas, representante do Levante Popular da Juventude, pontua que as associações incentivaram a elaboração do texto a fim de denunciar os retrocessos vivenciados durante o mandato de Bolsonaro não apenas na educação, mas também o aumento do desemprego, da fome, ameaça aos povos indígenas, grilagem de terras, entre outras violências.
“Esta nota surge para que a gente declare publicamente um posicionamento do movimento estudantil da UEL em relação ao segundo turno das eleições. Nós fizemos esta carta direcionada aos estudantes, mas estamos vendo que ela está tendo mais amplitude. Diversos setores estão reagindo diante deste posicionamento dos estudantes. Hoje, no ato, a gente vai fazer a leitura desta nota para que todos estejam cientes das nossas razões pelas quais apoiamos a candidatura da Lula e devemos nos envolver na campanha eleitoral”, afirma.
A carta reforça, ainda, a necessidade de incentivo aos programas de permanência. Melhorias no Restaurante Universitário (RU) como diminuição do preço da refeição (atualmente, é cobrado o valor de R$ 4,70 de alunos de graduação e pós-graduação, exceto dos que estão acolhidos na moradia estudantil. Estes últimos pagam R$ 1,00) e mais guichês de atendimento são algumas das reinvindicações apresentadas pelos discentes.
A moção compõe uma série de ações organizadas pelos estudantes. Hoje (18), a UNE convocou ato unificado em repúdio ao confisco de mais de R$ 2 bilhões dos recursos destinados às universidades e institutos federais. Face ao corte, membros da comunidade acadêmica indicaram a impossibilidade de manter atividades essenciais como as aulas.
Em Londrina, a manifestação iniciará às 17h30, com concentração em frente ao Teatro Ouro Verde. Em seguida, a partir das 18h, haverá uma marcha pelo centro da cidade. Acompanhe carta completa aqui.
Franciele Rodrigues
Jornalista e cientista social. Atualmente, é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Tem desenvolvido pesquisas sobre gênero, religião e pensamento decolonial. É uma das criadoras do "O que elas pensam?", um podcast sobre política na perspectiva de mulheres.