Parlamentar europeu cobra do governo italiano informações sobre risco de fuga da família Bolsonaro para aquele país e cita a corrupção no governo do atual presidente
Depois que o pai, o presidente Jair Bolsonaro (PL), foi derrotado por Lula (PT) no dia 30 de outubro, dois dos seus filhos correram para pedir a cidadania italiana. Segundo analistas, eles têm medo de ter de responder na Justiça ações sobre os crimes cometidos por todo o clã e podem estar se preparando para sair do Brasil.
A suspeita da fuga do clã surgiu após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) irem à embaixada da Itália em Brasília (DF), na semana passada, para agilizar o processo de obtenção da cidadania italiana que, dizem, pediram em 2019.
O parlamentar europeu Angelo Bonelli, da Aliança Vede e de Esquerda e um dos líderes do movimento Europa Verde, cobrou respostas do Ministério de Relações Exteriores da Itália sobre se a cidadania solicitada pelos filhos do presidente brasileiro será ou não concedida. A informação foi publicada na última quinta-feira (10) pelo colunista Jamil Chade, do UOL.
O parlamentar também questionou a origem do dinheiro da família Bolsonaro, lembrando que de 1990 até hoje, os Bolsonaros compraram 107 apartamentos, sendo 51 deles em dinheiro vivo.
Segundo o europeu, o embaixador italiano no Brasil, Francesco Azzarello, também foi questionado se além dos filhos, o próprio presidente brasileiro teria pedido cidadania italiana. “Na pergunta lembrei que, apesar da proximidade de Bolsonaro, tanto à primeira-ministra Georgia Meloni quanto o vice-Primeiro Ministro, Matteo Salvini, que reafirmaram seu apoio a ele nas eleições brasileiras, ele e seu partido foram responsáveis pela devastação da Floresta Amazônica e pela violação dos direitos humanos e, por isso, ele está em julgamento por crimes contra a humanidade, com o Senado brasileiro iniciando um ‘estado de acusação'”, disse.
“Se Bolsonaro também tivesse pedido a cidadania italiana, haveria um sério risco de que a família, em relação aos julgamentos envolvendo o presidente, quisesse usá-la para evitar ser julgada pelos tribunais. Isso seria inaceitável”, acrescentou.
Filhos estariam furando fila
A atitude de Flávio e Eduardo de ir ao consulado italiano pode indicar que estariam tentando furar a fila de espera ou de que estejam recebendo algum tratamento privilegiado por parte da representação diplomática, segundo o jornalista Rodrigo Rangel, colunista do Metrópoles.
O jornalista diz ainda que o senador Flávio afirmou que iniciou em 2019 o processo de obtenção da cidadania italiana, mas segundo especialistas e pessoas que estão há anos na fila de espera, “a última convocação da embaixada para os solicitantes apresentarem documentos incluiu apenas quem deu início aos procedimentos em 2018. Ainda assim, o andamento do processo está lento: a última pessoa do grupo que foi contatada teve a entrega de documentos agendada para 2023. Se Flávio realmente iniciou em 2019, como diz, pela via normal, a vez dele ainda não teria chegado”.
Com informações do UOL e Metrópoles
Fonte: Redação CUT