Polícia Militar foi procurada pela reportagem, mas até o fechamento desta reportagem não havia se manifestado
Trabalhadores rurais do acampamento Reduto de Caraguata do MST, em Paula Freitas, no Paraná, acusam a Polícia Militar (PM) de invadir o local e torturar moradores. Além disso, segundo relato dos advogados, os policiais também ameaçaram matar o deputado Renato Freitas (PT).
Conforme os advogados Guilherme Angelino e Allan Sheibe em 24 de abril os moradores do acampamento informaram que um homem chamado Jaqueson Luiz Toledo havia sido encaminhado para a delegacia de União da Vitória, mas ele não estava lá, e só retornou ao acampamento horas depois.
Segundo os advogados, as 47 famílias que vivem no local relataram que a os PMs entraram no acampamento sem apresentar mandados de busca, apreensão ou prisão. Alguns estavam à paisana e levaram Jaqueson.
Os advogados relataram à reportagem que a vítima foi agredida com chutes, socos e colocaram uma sacola em seu rosto. A suspeita é que a ação tenha ligação com a morte do soldado Gabriel Thomaz Fadel, cujo corpo foi encontrado em março, perto de uma ocupação do Movimento Popular por Moradia (MPM), em Campo Magro.
Nos dias subsequentes à localização do corpo a ocupação em Campo Magro também foi alvo de ação da PM, mesmo sem a existência de mandados. Além disso, a investigação é conduzida pela Polícia Civil (PC) e não pela PM.
Outra moradora teria sido levada para uma região de mata, foi torturada psicologicamente e teve o celular retido mesmo sem ordem judicial.
A ação foi até as primeiras horas da manhã do dia seguinte, quando assessores parlamentares do deputado federal Tadeu Veneri (PT) chegaram ao local e questionaram se havia algum flagrante contra Jaqueson ou outros moradores. Mais tarde um oficial da PM foi até o local e afirmou que a situação seria averiguada.
No mesmo dia foi registrado um boletim de ocorrência junto à Polícia Civil (veja abaixo). Conforme o documento, os policiais envolvidos na ação ameaçaram matar os moradores que denunciassem a ação truculenta da PM. O boletim cita os crimes de atentado a inviolabilidade do domicílio, lesão corporal e tortura
Fonte: Jornal Plural