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Doenças preveníveis por vacina provocam quase 100 mortes por ano no Paraná

Dados do Ministério da Saúde mostram que o estado registrou, em cinco anos, mais de 12 mil casos e 481 mortes por doenças como tétano, coqueluche, meningite e sarampo

A cada ano que passa, cerca de 100 pessoas são vitimadas no Paraná (grande parte delas crianças) por causa de doenças preveníveis por vacinas disponíveis gratuitamente na rede pública de saúde. É o que revela um levantamento feito pelo Bem Paraná com base em informações do Ministério da Saúde, o qual aponta que em cinco anos (entre 2018 e 2022) pelo menos 12.225 casos e 481 óbitos por doenças como tétano acidental, coqueluche, meningite, sarampo e hepatite (A e B) foram registrados no estado.

As informações, compiladas a partir de informes epidemiológicos divulgados pelo Ministério da Saúde e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan Net), revelam ainda que nesse mesmo período houve, em todo o Brasil, 135.506 diagnósticos das doenças já referidas, com um total de 6.200 mortes (o que dá uma média de 1.240 falecimentos por ano).

Tanto no caso paranaense como no caso brasileiro, o maior vilão é a meningite, responsável por 452 óbitos no estado no período analisado e 5.824 no país. No Sistema Único de Saúde (SUS), no entanto, há quatro vacinas disponíveis gratuitamente que previnem contra a doença: a pentavalente, a pneumocócica 10 valente, a meningocócica C e a pneumocócica 23 valente.

Também chama a atenção, no entanto, os casos de hepatite A e B. Isso porque os dados da doença estão defasados, estando disponíveis informações epidemiológicas apenas até o ano de 2020. Ainda assim, ao longo de três anos (2018, 2019 e 2020), 3.916 pessoas tiveram diagnóstico confirmado para as doenças, número que chega a 30.172 casos em todo o Brasil. Não há, contudo, informações sobre óbitos relacionados à hepatite no Sinan Net.

Cobertura vacinal do Paraná é uma das melhores no país

De acordo com os dados apresentados recentemente pela Secretaria Estadual da Saúde do Paraná (Sesa-PR) ao Ministério da Saúde, o Paraná superou todos os índices nacionais de imunização em 2023, reforçando a imunidade de bebês, adultos e idosos. Um dos exemplos se dá pela cobertura da BCG, imunizante que protege contra a tuberculose, especialmente em formas mais graves. No cenário nacional, a vacina registrou uma cobertura de 72%. Já no Paraná, este índice foi de 89%.

Outro exemplo de êxito foi a vacina pentavalente, um imunizante pediátrico aplicado aos dois, quatro e seis meses, e que protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus. A cobertura foi de 84,8% em 2022, e 88,8% em 2023. Os dados do último ano também mostram as seguintes coberturas vacinais: Hepatite B com 89%; Febre Amarela com 81%; Poliomelite com 89% e Rotavírus com 90%.

“O Paraná possui índices superiores à média nacional de vacinação, o que mostra não somente uma opinião positiva dos paranaenses em relação aos imunizantes, mas também evidencia que estamos colhendo resultados positivos de medidas tomadas para ampliar a cobertura vacinal”, explicou em entrevista recente à Agência Estadual de Notícias (AEN) a diretora de Atenção e Vigilância em Saúde da Sesa, Maria Goretti David Lopes.

Vacinas disponíveis à população através da rede pública de saúde

O Brasil é referência mundial em vacinação e oSistema Único de Saúde (SUS) garante à população brasileira acesso gratuito a todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Ainda assim, muitas pessoas deixam de comparecer aos postos de saúde para atualizar a carteira de vacinação, e também de levar os filhos no tempo correto de aplicação das vacinas.

Ao todo, 18 vacinas são ofertadas gratuitamente pelo SUS, garantindo a prevenção a mais de 20 doenças. São elas: BCG, Hepatite B, Hepatite A, Pentavalente, DTP, VIP, VOP, Meningocócica C, Pneumocócica 10, Rotavírus, Tríplice viral, Febre Amarela e Varicela para as crianças.

Já para os adolescentes são: dT, Hepatite B, Tríplice Viral, HPV e Meningocócica C; e para os adultos, dT, Hepatite B e Tríplice viral. Tem ainda as vacinas de campanhas, que previnem contra os diferentes tipos de Influenza (gripe) e também contra a pandêmica Covid-19.

É importante salientar que embora o maior número de vacinas esteja previsto para utilização na infância, existem algumas que devem ser tomadas na vida adulta, cuja indicação vai depender da história vacinal da pessoa, das doenças que teve, saúde e a situação epidemiológica local. Para ficar por dentro do calendário de vacinação brasileiro, basta acessar o seguinte link em seu navegador de preferência e conferir os detalhes para cada grupo populacional, conforme a faixa etária: www.gov.br/saude/pt-br/vacinacao/calendario.

Doenças

Casos de coqueluche em alta

Os dados oficiais revelam ainda que os casos de coqueluche estão em alta no Paraná. Em 2022, por exemplo, foram diagnosticados cinco casos da doença ao longo de todo o ano. Já no ano passado, até o dia 23 de outubro, já haviam sido confirmados oito casos de coqueluche no estado. Uma elevação, mas ainda um número distante dos 101 registros de 2019 ou das 178 ocorrências de 2018 (sendo que a última morte por coqueluche no estado ocorreu em 2019).

Ocorre, no entanto, que o Paraná não é a única localidade que vem tendo alta nos registros da doença. Segundo o Estadão, a cidade de São Paulo registrou, só neste ano, 14 casos de coqueluche, o maior número de registros da doença no município desde 2019 (quando foram contabilizadas 19 ocorrências).
A doença, provocada pela bactéria Bordetella pertussis, afeta principalmente as vias respiratórias, sendo transmitida pelo contato com secreções contaminadas, através de tosse, fala ou espirro.

Segundo o Ministério da Saúde, os principais fatores de risco para coqueluche têm relação direta com a falta de vacinação. Nas crianças, a imunidade à doença é adquirida após tomar as três doses da vacina, sendo necessária a realização dos reforços aos 15 meses e aos 4 anos de idade. Já entre os adultos, mesmo aqueles vacinados quando bebês podem ficar novamente suscetíveis à doença, porque a vacina pode perder o efeito com o passar do tempo.

O tratamento da coqueluche é feito basicamente com antibióticos, que devem ser prescritos por um médico especialista, conforme cada caso. Por isso, é importante procurar uma unidade de saúde para receber o diagnóstico e tratamento adequados, assim que surgirem os primeiros sinais e sintomas (como mal-estar geral, corrimento nasal, tosse seca e febre baixa nas primeiras manifestações da enfermidade).


Fonte: Bem Paraná

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