A possibilidade de construção de uma greve geral, que envolva todos os servidores federais, é real. O alerta é do secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo da Silva. “As greves que estão acontecendo na base do funcionalismo dão a dimensão da indignação da categoria. Nós vamos continuar debatendo e dialogando para que a categoria amplie cada vez mais essa indignação”, disse, diante da sinalização do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que o governo deu por encerrada qualquer possibilidade de reposição salarial dos servidores públicos.
Nesta quinta-feira (9), em reunião com empresariado da cadeia de abastecimento, Guedes disse que o governo “não conseguiu dar aumento de salários”. E que “logo ali na frente vai ter aumento pra todo mundo”, como se o atual governo pudesse cumprir uma reposição futura. Pela Lei de Responsabilidade Fiscal, o governo tem de prever qualquer reajuste até o fim deste mês.
Para o dirigente da Condsef, tal cenário deixa claro que a fala do ministro é “mais uma das diversas falácias proferidas desde que o tema entrou em pauta”. “Não é possível a gente ver tudo isso e ficar quieto, ou então achar que isso é normal”, disse.
Criador de confusão
Desde o fim do ano passado, quando prometeu reajustar salários das categorias “de interesse eleitoral”, como as forças de segurança, o governo federal avançou e recuou diversas vezes, confundindo a população e tentando desmobilizar os servidores. “A gente sabia que essa sistemática dele, de toda semana inventar uma situação, era pra chegar nesse estágio. Se tivesse uma preocupação mínima com o funcionalismo, ele não deixaria assim pro último momento uma situação como essa”, disse Sérgio, referindo-se à possibilidade de uma greve geral dos servidores federais. “Só nos resta continuar lutando para que logo mais na frente a gente consiga virar esse jogo totalmente desumano com o conjunto do funcionalismo”.
Para a liderança, a “desfaçatez do governo” em suas recentes idas e vindas, bem como os cortes no orçamento, contradizem os recentes discursos oficiais de que haveria espaço para o investimento de recursos públicos federais na manutenção do preço dos combustíveis. “Eles tentam burlar as restrições de orçamento em uma série de situações. A gente sabe qual é a finalidade eleitoreira disso. A lição é dura, mas que o conjunto do funcionalismo aprenda. Sem luta não há conquista”.
“A gente sabia que essa sistemática dele, de toda semana inventar uma situação, era pra chegar nesse estágio. Se tivesse uma preocupação mínima com o funcionalismo, ele não deixaria assim pro último momento uma situação como essa”, disse Sérgio, referindo-se à possibilidade de uma greve geral dos servidores federais. “Só nos resta continuar lutando para que logo mais na frente a gente consiga virar esse jogo totalmente desumano com o conjunto do funcionalismo”.
Para a liderança, a “desfaçatez do governo” em suas recentes idas e vindas, bem como os cortes no orçamento, contradizem os recentes discursos oficiais de que haveria espaço para o investimento de recursos públicos federais na manutenção do preço dos combustíveis. “Eles tentam burlar as restrições de orçamento em uma série de situações. A gente sabe qual é a finalidade eleitoreira disso. A lição é dura, mas que o conjunto do funcionalismo aprenda. Sem luta não há conquista”.
Servidores do Judiciário
Nesta sexta-feira (10), a Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União (Fenajufe) protocolou ofício no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo ao ministro e presidente do Supremo, Luiz Fux, urgência no encaminhamento do projeto de lei de recomposição salarial dos servidores Judiciário e do Ministério Público. Documento com o mesmo teor foi encaminhado para a Procuradoria Geral da República (PGR), com endereçado ao procurador-Geral Augusto Aras.
“O STF tem autonomia suficiente para pautar o reajuste dos servidores federais do Judiciário e não precisa ficar subordinado ao governo federal, que já demonstrou descaso com todos os trabalhadores brasileiros. Exigimos que o ministro Luiz Fux tenha uma posição diferente do governo e que encaminhe o projeto para a recomposição salarial dos servidores públicos. Esperamos que o STF não se alinhe à política de congelamento salarial”, disse Lucena Pacheco, coordenadora-geral da Fenajufe.
Os servidores estão com salários congelados há quatro anos e buscam, sem sucesso, um caminho para negociar com o governo a reposição das perdas com a inflação no período. O conjunto da categoria reivindica 19,99% de reajuste.
Fonte: Agência Brasil Atual