SAÚDEÚltimas Notícias

17ª Regional de Saúde: CAF sofre com infiltrações, mobílias quebradas e superlotação

Até fezes de aves foram identificadas em caixas de medicamentos

O prédio do CAF (Centro de Abastecimento Farmacêutico) da 17ª Regional de Saúde está com a estrutura comprometida. Parte do teto cedeu, mobílias estão quebradas e salas foram inutilizadas por infiltração.

As queixas chegaram ao Portal Verdade através de servidores. Atualmente, a sede ocupa um galpão cedido pela UEL (Universidade Estadual de Londrina) localizado na avenida Tiradentes.

“Esse prédio que é antigo, parte do teto cedeu, onde os medicamentos eram armazenados, então, duas ou três salas acabaram sendo interditadas por questão de segurança dos trabalhadores e dos medicamentos que tem que ficar em um ambiente adequado, com controle de temperatura e umidade rígidos”, conta Alessandro Luiz Rodrigues, auxiliar de farmácia, diretor estadual do SindSaúde-PR (Sindicato das Trabalhadoras e Trabalhadores do Serviço Público da Saúde e da Previdência do Estado do Paraná) e conselheiro municipal de Saúde no segmento saúde do trabalhador.

O Centro de Abastecimento Farmacêutico tem como principais finalidades aquisição, armazenamento, controle e distribuição de insumos como medicamentos e vacinas para os 21 municípios que integram a 17ª Regional de Saúde.

“No final da década de 90 fecharam o laboratório e todos os equipamentos e insumos foram transferidos para UEL. Onde é o CAF hoje era o laboratório de produção de medicamentos da UEL. E tudo se transformou em um galpão mal conservado”, observa.

“Na época fomos contra o fechamento do laboratório e a desculpa do governo foi que a UEL manteria a produção e forneceria para a SESA [Secretaria Estadual de Saúde] sem custo. Tipo uma parceira e que continuaria nas mãos dos órgãos públicos”, complementa.

O sucateamento também tem afetado as condições de trabalho. Com menos espaço disponível na unidade, os ambientes ficarão superlotados e aqueles dedicados à gestão passaram a comportar também insumos.

“Agora, com esta interdição, você vê que em uma área de atividades administrativas, você tem trabalhadores dividindo o mesmo espaço com estoque de medicamentos. Alguns trabalhadores estão em uma sala pequena com mobiliário antigo, com cadeiras que não são ergonômicas, passam 8h sentados em uma cadeira quebrada fazendo atividade administrativa”, ressalva.

“O ideal seria que a Regional encontre um local que seja adequado tanto para instalação dos medicamentos como para uma rotina de trabalho saudável”, assinala.

A responsabilidade pela administração do CAF é da Secretaria Estadual de Saúde. A reportagem entrou em contato com a pasta solicitando o posicionamento sobre as denúncias, porém, até o fechamento da matéria não obteve retorno.

“No CAF, os passarinhos estão entrando e fazendo as necessidades em cima das caixas de medicamentos”, relata
Foto: Alessandro Rodrigues

Farmácia do Paraná

Após a queda do teto, parte do estoque de remédios e vacinas foi transferido para a sede da Farmácia do Paraná (Alameda Miguel Blasi, nº 56 – Centro). De acordo com Rodrigues, o local não comporta este armazenamento e, então, espaços antes destinados aos trabalhadores também foram tomados por caixas de insumos.

“Um lado da copa acabou sendo adaptado para receber estes medicamentos. É um local que tem ar-condicionado, controle de temperatura e umidade, só que acabou diminuindo o espaço onde estes trabalhadores da Farmácia utilizavam para fazer o seu descanso da hora do intervalo do almoço”, pontua.

“Os funcionários não têm condições de trabalho, muitos funcionários em uma sala pequena, não é um local que está totalmente adequado para complexidade e importância porque ali estão armazenados os medicamentos de 21 municípios, as vacinas que salvam vidas ficam armazenadas ali”, adverte.

Carga de medicamentos que era para chegar no CAF está armazenada no refeitório da Farmácia do Paraná, restringindo o espaço para alimentação e descanso dos servidores
Foto: Alessandro Rodrigues

Author Profile

Franciele Rodrigues
Jornalista e cientista social. Atualmente, é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Tem desenvolvido pesquisas sobre gênero, religião e pensamento decolonial. É uma das criadoras do "O que elas pensam?", um podcast sobre política na perspectiva de mulheres.
Franciele Rodrigues
+ posts

Jornalista e cientista social. Atualmente, é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Tem desenvolvido pesquisas sobre gênero, religião e pensamento decolonial. É uma das criadoras do "O que elas pensam?", um podcast sobre política na perspectiva de mulheres.

Mostrar mais
Botão Voltar ao topo

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios