Após impasse de dias, Romanelli deixa de disputar presidência da CCJ e fica com o comando da Comissão de Orçamento e do PSD na Assembleia Legislativa
Após dias de impasse na bancada do PSD da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), o deputado Luiz Claudio Romanelli recuou e retirou o nome da disputa pela presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A cadeira será assumida pelo londrinense Tiago Amaral, que começa a comandar os trabalhos já nesta terça-feira (14). O nome dele foi reiterado em votação praticamente simbólica após a sessão do dia.
O anúncio do nome veio presidente da Alep, Ademar Traiano horas após uma reunião com o governo no Palácio Iguaçu para recolocar no lugar peças de uma quebra-cabeça que já havia sido montado.
Novo presidente da CCJ
O acordo anterior previa a saída de Romanelli do cargo de 1º secretário da Casa diretamente para o comando da CCJ, única comissão com parecer terminativo – que determina se os projetos têm suporte legal para tramitar na Casa ou não – e, por isso, com status de poder.
Mas Amaral chegou como o nome preferido de Ratinho Jr (PSD) e bagunçou o esquema de reorganização um pouco mais complicada. Defensor da bandeira pró-armas, o londrinense é fiel escudeiro do governador. Romanelli, ao contrário, vota com mais independência e, portanto, não era exatamente o que o Palácio Iguaçu vinha desejando. Ele é um dos críticos, por exemplo, do novo modelo de pedágio almejado pelo Executivo e que deve desencadear bastante discussões entre os parlamentares nos próximos meses.
Em troca do que Traiano chamou de “ato de grandeza”, Romanelli assume a liderança do PSD na Assembleia – então de Tiago Amaral – e também a Comissão de Orçamento, além de, supostamente, estar garantido na presidência da CCJ nos dois anos finais da legislatura.
“Havia dois pretendentes ao cargo e, no entendimento construído ao longo dessa semana, sem interferência externa do governo, mas validado por ele, chegamos a esse acordo”, disse Traiano.
O vice-presidente da CCJ eleito foi Delegado Jacovós (PL). Comporão ainda a comissão Gugu Bueno (PSD), Hussein Bakri (PSD), Flavia Francischini (União Brasil), Luiz Fernando Guerra (União Brasil), Arilson Chiorato (PT), Luciana Rafagnin (PT), Marcio Pacheco (Republicanos), Paulo Gomes (PP), Mabel Canto (PSDB) e Alisson Wandscheer (PROS).
Pró-armas
No ano passado, Tiago Amaral protocolou cinco projetos de lei na Assembleia, três deles para a concessão de título de utilidade pública e outros dois ligados a demandas de grupos armamentistas. Um deles, anexado a outra iniciativa de mesmo teor, estende o porte de armas a Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores (CACs) no Paraná – o tema ainda não tem regulamentação nacional. Em outro, institui a rota turística do tiro desportivo no estado.
Fonte: Jornal Plural