Servidores cobram resposta de Ratinho Júnior (PSD), sobre lista de reivindicações entregue em fevereiro ao líder do governo na ALEP
Nesta quarta-feira (15), as atividades na Universidade Estadual de Londrina (UEL) estarão paralisadas. Docentes e técnicos-administrativos, aprovaram a suspensão das jornadas em assembleias realizadas no último dia 02 de março. O protesto visa chamar atenção para precarização do trabalho e falta de reajuste salarial que acometem o funcionalismo público. Sem reposição há seis anos, a dívida do estado do Paraná com a categoria já soma 42%. Isto equivale dizer que, os servidores perdem, em média, cinco salários por ano.
Conforme demonstrado pelo Portal Verdade, em fevereiro, representantes das mais de 20 associações que compõem o Fórum das Entidades Sindicais (FES) entregaram ao Palácio do Iguaçu, documento com as demandas dos trabalhadores. As solicitações, que envolvem pagamento da data-base, mudanças na contribuição de aposentados e pensionistas ao ParanáPrevidência, aumentando a isenção para seis salários-mínimos, melhorias no Sistema de Assistência à Saúde (SAS) e abertura de concursos públicos foram encaminhadas à Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP).
Mas até o momento, nenhuma proposta e canal para diálogo foram dispostos aos servidores. “O governo não demonstra disposição em pagar o que nos é devido e nem sinaliza pela abertura de negociações”, indica Ronaldo Gaspar, docente do Departamento de Ciências Sociais e representante do SindiprolAduel – Seção Sindical do Andes-SN.
“Nós queremos chamar a atenção da sociedade em geral sobre a situação em que os servidores se encontram. Nós estamos em um patamar de cerca de 42% de defasagem salarial mesmo o governo tendo concedido 2% em 2020 e 3% em 2022. O governo precisa vir à mesa de negociação para estabelecer uma política de reposição para os servidores. Não é possível que a gente permaneça mais quatro anos neste governo sem uma política de recomposição salarial”, acrescenta Marcelo Seabra, presidente do Sindicato dos Técnicos Administrativos da Universidade Estadual de Londrina (ASSUEL).
Programação
A mobilização inicia a partir das 7h com panfletagem no campus. Os pontos de concentração serão a cancela de acesso à UEL pela avenida Castelo Branco e a cancela de entrada pela Reitoria, nas proximidades da Clínica Odontológica Universitária. Concomitantemente, ocorre panfletagem no Hemocentro e estacionamento do Hospital Universitário (HU). A distribuição dos materiais, volta a acontecer nos mesmos locais, no período da tarde, às 13h.
Já às 9h30, no Anfiteatro do Centro de Estudos Sociais Aplicados (CESA), será promovido ato pela data-base e às 14h30, a programação é retomada com atividade direcionada aos professores temporários. À noite, 19h, será ofertada live com dirigentes de sindicatos de trabalhadores das universidades estaduais do Paraná. Acompanhe mais informações no Instagram do Sindiprol/Aduel, disponível aqui.
Franciele Rodrigues
Jornalista e cientista social. Atualmente, é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Tem desenvolvido pesquisas sobre gênero, religião e pensamento decolonial. É uma das criadoras do "O que elas pensam?", um podcast sobre política na perspectiva de mulheres.