Segundo a Secretaria de Saúde, o possível surto tem contribuído na superlotação das unidades de pronto atendimento da cidade
Em menos de três meses em 2023, Londrina já registrou cerca de 800 casos confirmados de dengue. As informações são da própria Secretaria Municipal de Saúde, que está preocupada com a possibilidade de a cidade enfrentar mais uma epidemia da doença. Ainda conforme a autarquia, a explosão de casos, sendo oito registrados todos os dias, junto com as doenças respiratórias, têm contribuído na superlotação das unidades de pronto atendimento do município.
Desde a semana passada, as duas UPAs, o PA do jardim Leonor e o Pronto Atendimento Infantil (PAI) têm sofrido para dar conta da alta demanda de pacientes. Diariamente, estão sendo abertas mais de 2.500 fichas nas unidades de saúde. A secretaria garante que as escalas de plantão estão completas, com até oito médicos trabalhando por turno em cada local. Apesar disso, os pacientes estão tendo que esperar até 10 horas, dependendo do horário e da prioridade do caso, para serem atendidos.
A explosão de casos de dengue também é confirmada pela Secretaria Estadual de Saúde, que, no último boletim da doença, divulgado na terça-feira (21), registrou um aumento de 30% no número de casos na região de Londrina. O levantamento, que considera o atual ciclo epidemiológico do Aedes aegypti, iniciado em agosto do ano passado, mostra que o número de casos subiu de 1.667 para 2.188 em uma semana.
A CBN tentou contato com o secretário de Saúde, Felippe Machado, durante a tarde desta quarta-feira, para repercutir os números, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem. Nós também procuramos a presidente da Comissão de Seguridade Social da Câmara, vereadora Lenir de Assis (PT), que garantiu estar acompanhando a situação de perto. Ela definiu como preocupante o atual cenário, destacou que vai cobrar explicações do poder público, mas lembrou que, em relação à dengue, a população precisa voltar a fazer a parte dela na eliminação dos focos do mosquito transmissor da doença.
O médico sanitarista Gilberto Martin também foi ouvido pela reportagem sobre o atual cenário. Ele disse que o clima atual, de chuva seguido por dias quentes, é o ideal para a proliferação do Aedes e, assim como a vereadora, fez um apelo para que as pessoas trabalhem na prevenção de novos casos. Só assim, na avaliação do especialista, vai ser possível evitar uma nova epidemia de dengue na cidade.
Fonte: CBN Londrina