Após queda nos números durante a pandemia, país volta a registrar aumento nas doações efetivas no primeiro semestre. A má notícia é que a recusa das famílias cresceu
Um mês para tentar conscientizar a população sobre um tema que ainda é cercado de muitas dúvidas e mitos. Criada em 2014, a Campanha Setembro Verde tem como foco principal a informação e a sensibilização das pessoas sobre como funciona a doação de órgãos.
As filas de espera, que cresceram por conta da pandemia, ainda são longas. No país, ela tem mais de 56 mil pessoas. No Paraná, são mais de 2.900. Mas, uma informação divulgada no fim da semana passada pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos, trouxe uma luz no fim do túnel.
O país registrou um recorde de doações no primeiro semestre, mais de 3.400, e chegou a uma média de 19,2 doadores por milhão de habitantes, quando antes da Covid era de 16,9. Para a Associação, aos poucos estamos voltando aos números de antes da pandemia. A má notícia é que a recusa das famílias aumentou, de 1.608 casos no primeiro semestre de 2022 para 1.684 esse ano.
Os dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos mostram ainda que o Paraná segue líder nacional. Em julho, o Estado registrou a marca de 42,7 doações por milhão de habitantes, seguido de perto por Santa Catarina, com 42,5 pmp, os únicos que atingiram mais do que 40 doadores por milhão. No estado, a taxa de recusa das famílias também é a menor do país. Em julho, chegou a 29%, enquanto a média nacional é de 45%.
A coordenadora da Organização de Procura de Órgãos para Transplante da 17ª Regional de Saúde, Emanuelle Zocoler, diz que o momento é de um esforço coletivo dos profissionais da área para tentar retomar os números de antes da pandemia.
E a maior lista de espera no Paraná é por um rim, com 1.898 paranaenses aguardando pelo órgão. Em segundo lugar vêm os transplantes de fígado, com 237 pessoas, e logo depois o coração, que tem 30 paranenses aguardando uma doação.
Emanuelle Zocoler explica que o convencimento das famílias ainda é o principal desafio da doação de órgãos.
Emanuelle Zocoler explica ainda que a lei brasileira exige a autorização expressa da família. Por isso, ela diz que a melhor maneira de garantir a doação é deixar esse desejo claro para os parentes ainda em vida. Um único doador, ela afirma, pode salvar ou melhorar a qualidade de vida de até oito pessoas. O Dia Nacional da Doação de Órgãos é comemorado em 27 de setembro.
Fonte: CBN Londrina