Passadas as privatizações do período Bolsonaro, falam em reconstrução da capacidade de investimento da empresa
No dia quando a Petrobrás completa 70 anos de história, o Sindipetro Paraná e Santa Catarina, em parceria com o Sindiquímica-PR e Sindimont-PR, organizam ato unificado ‘Petrobrás para o Brasil’, a partir das 7h, em frente à Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), localizada em Araucária.
Na data, a mobilização é parte de ato com concentração nacional no Rio de Janeiro e ações também na Bahia, além do Paraná.
Petroleiros e organizações parceiras pedem a criação de um novo projeto nacional voltado para o desenvolvimento socioeconômico do país, impulsionado pela Petrobrás, que inclua a reabertura da Fafen-PR, com a reintegração dos trabalhadores demitidos da fábrica, bem como a reversão das privatizações de diversas unidades da companhia.
De acordo com a entidade, em 2023, “a nova gestão da estatal anunciou o encerramento do plano de desinvestimentos do Sistema Petrobrás, mas o processo de reconstrução ainda é desafiador”. Afinal, a companhia enfrentou, segundo eles, ataques severos desde o governo golpista de Temer (2016), passando por Bolsonaro (desde 2018).
No governo anterior, 68 ativos estratégicos foram vendidos, incluindo a Usina do Xisto (SIX) em São Mateus do Sul (PR). Esse patrimônio público foi entregue por apenas US$ 41,6 milhões, o equivalente ao seu lucro de um ano. Além disso, ocorreu a hibernação da Fafen-PR em 2020, o que resultou no fechamento de mais de mil postos de trabalho e na perda de renda para o município de Araucária (PR).
O presidente do Sindipetro PR e SC, Alexandro Guilherme Jorge, afirma que o aniversário da Petrobrás é uma data para reiterar a luta em defesa da companhia e demais estatais. “A Fafen-PR ainda não foi reaberta, ainda paira o fantasma das privatizações e estamos aguardando a retomada dos investimentos por parte da Petrobrás e suas subsidiárias na região. Então, é um dia de estarmos todos mobilizados por investimentos, emprego e renda para a classe trabalhadora, encaminhada por um novo governo e uma nova gestão da empresa”, ressaltou.
O ato unificado deve contar com a presença de centrais sindicais, organizações populares e partidos políticos do campo da esquerda.
Breve histórico
Fundada em 1953 por Getúlio Vargas à esteira da campanha “O Petróleo É Nosso”, a Petrobras foi a única empresa autorizada por lei a explorar petróleo no país por quase meio século. A partir de 1997, com a quebra do monopólio estatal sobre o setor de óleo e gás apoiada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), ela passou a concorrer com gigantes estrangeiras no país e mesmo assim seguiu crescendo.
No período Bolsonaro, de entrega da empresa ao capital transnacional, foram mais de R$ 290 bilhões em patrimônio privatizado, acrescentou Dantas. E isso, naturalmente, afetou o desempenho da empresa.
Em abril de 2013, a Petrobras tinha 94% de participação na produção de óleo e gás no país. Em abril deste ano, baixou esse percentual a 64%.
SERVIÇO
Ato Unificado Petrobrás para o Brasil
Dia 3 de outubro, a partir das 7h.
Em frente à Fafen-PR. Endereço: R. Dr. Eli Volpato, 999 – Tindiquera, Araucária (PR).
Fonte: Brasil de Fato