Nenhum despejo, canais de negociação nacionais e cozinhas comunitárias estiveram na pauta
No dia 24 de outubro (terça), mais de mil famílias que vivem em ocupações ameaçadas de despejo foram às ruas no centro de Curitiba.
O objetivo principal do ato era trazer as demandas urgentes das áreas que apresentam maior risco de despejo, entre as quais: Britanite (Tatuquara), Tiradentes II (CIC), Guaporé 2 (Campo Comprido) e Graciosa (cidade de Pinhais).
Estiveram presentes também no ato áreas que buscam a regularização fundiária, ou que ainda não apresentam garantias para ficar no local onde vivem, entre as quais Ilha, Pontarola, Vila União, Pantanal, Independência Popular, Nova Esperança, vila Joanita, 29 de março, Ferrovila e Dona Cida.
Participaram os movimentos sociais Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento Popular por Moradia (MPM) e a Frente de Organização dos Trabalhadores (FORT). A bateria foi conduzida pelo Levante Popular da Juventude. O coletivo Marmitas da Terra produziu mais de 600 marmitas para os participantes do ato. Representantes de organizações que integram o Despejo Zero também estiveram presentes, caso da União de Moradores e Trabalhadores (UMT).
A marcha saiu da praça 19 de Dezembro, rumo ao Palácio das Araucárias, onde às 14h teve início a audiência onde foram discutidas as demandas das ocupações.
Em audiência com órgãos públicos, foi entregue pauta que consiste na demanda por nenhum despejo forçado neste ano; na necessidade de regularização fundiária das áreas; na necessidade de canais de negociação e na demanda por uma Ouvidoria nacional para conflitos fundiários urbanos; e no fortalecimento de uma política pública ligada à aquisição de alimentos, no marco do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) voltado às cozinhas comunitárias.
Entre as entidades, representações políticas e presentes estavam a Superintedência Geral de Diálogo e Interação Social (SUDIS), na figura de Roland Rutyna, Dr. João Victor Longhi, da Defensoria Pública do Estado do Paraná, a vereadora Giorgia Prates (PT), Valmor Bordin, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), deputado professor Lemos (PT), Dr Antenor (PT) e Goura (PDT), Desembargador Fernando Prazeres, da Comissão de Conflitos Fundiários do Tribunal de Justiça do Paraná (CEJUSC/ TJPR), Dr. Olympio de Sá, pelo Ministério Público do Paraná, Padre Valdecir – CNBB Sul 2. Samuel Cardoso representou a Secretaria Nacional de Periferias.
Sobre a situação emergencial de áreas como Tiradentes II, Britanite, Independência, entre outras, o Desembargador Fernando Prazeres afirmou na audiência de que os caminhos para busca de negociação e alternativas não estão esgotados: “Comissão busca intervir da melhor maneira possível, sempre buscando a permanência na área. A despeito da eminência (de reintegração de posse) estamos buscando o interesse de todos”, afirmou Prazeres.
Fonte: Brasil de Fato