A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou a vacina contra a dengue no calendário do Programa Nacional de Imunizações do SUS
O Ministério da Saúde anunciou a incorporação da vacina contra a dengue ao Sistema Único de Saúde (SUS). O país se torna pioneiro mundial ao oferecer esse imunizante de forma universal e gratuita. “A partir do parecer favorável da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS), seremos o primeiro país a dar o acesso público a esse imunizante”, comemorou a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
Conhecida como Qdenga, a vacina será introduzida de forma gradual. A pasta priorizará, inicialmente, públicos específicos e áreas mais afetadas. Nísia destacou que a disponibilização em grande escala não ocorrerá inicialmente. Então, neste primeiro momento, ela será estratégica. A aprovação para a incorporação do imunizante veio da Conitec.
“O Ministério da Saúde avaliou a relação custo-benefício e a questão do acesso, já que em um país como o Brasil é preciso ter uma quantidade de vacinas adequada para o tamanho da nossa população”, disse a ministra. “Então, até o início do ano, faremos a definição dos públicos alvo levando em consideração a limitação da empresa Takeda do número de vacinas disponíveis. Faremos priorizações”, completou.
Vacina em foco
A distribuição e aplicação das doses estarão nas diretrizes do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e e da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI). Essas entidades terão a responsabilidade de determinar os grupos prioritários e regiões com maior incidência da doença para, então, fazer a administração das vacinas. A expectativa é que as estratégias já estejam completas nas primeiras semanas de janeiro.
O laboratório responsável pela Qdenga prevê a entrega de 5,082 milhões de doses em 2024, entre fevereiro e novembro. O esquema vacinal consiste em duas doses. Já o registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) contempla a vacinação para a prevenção da dengue causada por qualquer sorotipo do vírus em pessoas de 4 a 60 anos. Isso independentemente de exposição prévia.
Controle da dengue
Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), destacou a relevância da vacina para o controle da dengue no país. Ele ressaltou que, apesar dos esforços de controle do vetor, a dengue ainda impacta consideravelmente o território nacional, registrando um recorde de óbitos no último ano. Kfouri salientou que a vacina, em conjunto com outras medidas, será fundamental para o controle dessa doença.
A faixa etária recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a introdução da vacina é de 6 a 16 anos. Dentro desse intervalo, existem estudos para associar a vacina da dengue a outros imunizantes. Se for o caso, isso otimizará o atendimento hospitalar.
A inclusão da vacina contra a dengue no rol de imunizantes do SUS representa um avanço significativo na prevenção e controle de uma doença que historicamente tem impacto no país. O início da distribuição e a definição dos grupos prioritários são passos importantes para garantir a eficácia dessa medida no combate à dengue.
Fonte: Semana On