Objetivo é romper com desigualdade na remuneração entre trabalhadores do grupo de apoio e de execução
Nesta terça-feira, 2 de abril, na ALEP (Assembleia Legislativa do Paraná), ocorre audiência pública para debater tabela salarial de agentes universitários no estado. Conforme informado pelo Portal Verdade, desde o fim do ano passado, a categoria tem se mobilizado para reivindicar mudanças no PCCS (Plano de Carreira, Cargos e Salários).
Já durante a aprovação do documento, em julho de 2023, servidores do grupo de apoio (segmento que reúne trabalhadores com formação em nível fundamental) criticaram a recomposição da tabela salarial. A principal reclamação é a falta de isonomia quando comparado aos agentes do quadro de execução, este último composto por funcionários com qualificação em níveis médio e superior.
“O motivo da audiência é o fato de ter sido estabelecido um plano de cargos, carreiras e salários que não foi favorável aos agentes de apoio. A tabela salarial que foi implantada ficou muito abaixo dos valores que foram concedidos para os agentes de execução e profissional. Por esse motivo, nós realizaremos essa audiência pública, vamos contar com a presença de deputados e estão sendo convidados também autoridades representantes do governo e contamos com a presença também dos servidores”, explica Marcelo Seabra, presidente da Assuel (Sindicato dos Servidores Técnico Administrativos da UEL).
Ainda, segundo a liderança, no encontro serão pautadas reivindicações de agentes educacionais que atuam na educação básica (QFEB) e pagamento da data-base, direito de todo o funcionalismo público. “Nós estamos solicitando uma audiência com o governo para que a gente possa entrar nesse assunto, mas ainda não tem data definida”, observa.
A ida a Curitiba foi aprovada pelos trabalhadores em assembleia. Um ônibus com representantes de Londrina deve sair por volta de meia-noite e chegar amanhecendo à capital paranaense. A expectativa é que servidores, que integram os quadros de apoio, de diferentes áreas e outras regiões do estado, também compareçam ao Centro Cívico para acompanhar as discussões.
“Nós estamos contando com os sindicatos envolvidos, diretamente envolvidos, que são os sindicatos que representam as universidades, onde tem um bom número de servidores de apoio, o pessoal do chamado QPP, que é o quadro próprio do pessoal do Executivo, que também foi afetado por esse plano de carreiras. O pessoal da educação, que compreende o QFEB, que é o quadro do funcionalismo do ensino básico, e, finalmente, o pessoal da saúde, que também tem um grande número de servidores de apoio”, acrescenta.
“No ano passado, nós tivemos um PCCS, porém a categoria de pessoal de apoio antigo operacional não foi contemplada, a tabela que veio foi muito ruim e por isso nós estamos solicitando uma revisão dessa tabela, esse é o principal ponto da audiência”, reforça Seabra.
Os reajustes obtidos pelos trabalhadores não foram equânimes, ou seja, enquanto alguns receberam 15% de reposição salarial, outros ganharam apenas a correção inflacionária de 5,79%. Atualmente, a UEL (Universidade Estadual de Londrina) conta com 700 agentes de apoio. Na pirâmide de rendimentos, estes trabalhadores estão na base, isto é, são os que possuem os menores salários.
Franciele Rodrigues
Jornalista e cientista social. Atualmente, é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Tem desenvolvido pesquisas sobre gênero, religião e pensamento decolonial. É uma das criadoras do "O que elas pensam?", um podcast sobre política na perspectiva de mulheres.