Mobilização em Brasília reafirmará que a agricultura familiar é alimento saudável e conservação ambiental. Ministros devem participar do ato
Cerca de 10 mil agricultores e agricultoras familiares estarão em Brasília nesta segunda (20) e terça (21), para o 24º Grito da Terra Brasil, com o tema “Mudanças Climáticas e Alimentos Saudáveis”. O movimento cobra respostas às pautas entregues ao governo federal e ao Congresso Nacional.
Um grupo representativo de dirigentes sindicais, lideranças rurais e de trabalhadores e trabalhadoras do campo, da floresta e das águas participará dos atos nos dois dias de mobilização.
O primeiro dia será dedicado à cobrança da redução dos juros e de orçamento adequado e justo para a agricultura familiar, envolvendo o Banco Central e o Ministério da Fazenda. A maioria das delegações chegará na madrugada de segunda para terça para a tradicional caminhada do Parque da Cidade até a Esplanada dos Ministérios, com início previsto para 7 horas da manhã.
Ao longo do percurso, os agricultores e agricultoras familiares estarão com suas bandeiras, faixas e cartazes reafirmando os principais pontos de pauta e mostrando a força e toda a vontade dos homens e mulheres do campo de continuarem no produzindo alimentos saudáveis, conservando a natureza e transformando o meio rural num lugar de vida e bem viver.
Já na Esplanada, serão feitas intervenções na frente de alguns ministérios com maior peso nas negociações realizadas com o governo, como do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), do Meio Ambiente (MMA), do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), da Agricultura e Pecuária (Mapa) e da Previdência Social (MPS).
O encerramento está previsto para às 12 horas, no quadrante em frente à Alameda das Bandeiras, em frente ao Congresso Nacional e a expectativa é ter, nesse momento, um anúncio oficial do governo federal com os resultados das negociações. Os ministros Paulo Teixeira (MDA) e Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência da República) estão confirmados para o encerramento.
“Nós alimentamos o Brasil e precisamos de condições dignas para continuar produzindo mais alimentos saudáveis para as famílias brasileiras e conservando o meio ambiente”, destacou o presidente da CONTAG, Aristides Santos.
Agricultura familiar brasileira responde por 3,9 milhões de estabelecimentos rurais, ocupando 23% das áreas agricultáveis. Mesmo assim, segundo os dados do IBGE, é a 8ª maior produtora de alimentos do mundo, responsável por 23% do valor bruto da produção agropecuária e por 67% das ocupações no campo, contribuindo significativamente com a produção de alimentos saudáveis, a dinamização econômica, cultural e preservação ambiental do País.
Apesar de todo esse potencial e importância, a agricultura familiar precisa ser mais valorizada e cobra a ampliação do orçamento, a construção de políticas públicas estruturantes e a resolução de questões emergenciais que contribuam para a melhoria da qualidade de vida, trabalho e no fortalecimento do setor e de toda sociedade.
Com o objetivo de propor medidas para solucionar essas demandas, Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG), Federações e Sindicatos filiados entregaram pautas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no mês de abril desse ano e ao Congresso Nacional, representado pelos presidentes Rodrigo Pacheco e Arthur Lira. Desde então, as propostas foram negociadas com quase 20 ministérios e autarquias e também com os presidentes do Senado e da Câmara Federal.
Fonte: Portal Vermelho