Brasil está entre os dez países com maior número de casos da doença
Com mais de 16 mil casos confirmados da doença em 75 países, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou neste sábado (23) a varíola dos macacos como emergência de saúde global. No Brasil, o Ministério da Saúde confirmou 592 casos da doença, número que faz o país estar entre os 10 com maior número de casos.
“Decidi declarar uma emergência de saúde pública de alcance internacional”, anunciou o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) Tedros Adhanom Ghebreyesus, em entrevista coletiva, afirmando que o risco no mundo é relativamente moderado, à exceção da Europa, onde ele é alto, mas que há meios para controlar o surto e parar a transmissão.
Vacina em falta
Ainda assim o diretor-geral da OMS advertiu que somente metade dos países com casos registrados de varíola dos macacos tem acesso garantido às vacinas. Segundo informações do G1, com a declaração de emergência de saúde global, a expectativa é de haja um avanço na produção de vacinas, que estão em falta, e mais investimento no tratamento da doença.
Há um mês, havia 3.040 casos relatados em 47 países. Desde então, o surto continuou a crescer, e agora há mais de 16 mil casos relatados de 75 países e territórios, além de cinco mortes, disse o diretor-geral em seu discurso.
De acordo com a OMS, a transmissão da varíola dos macacos ocorre por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama. E a transmissão de humano para humano está ocorrendo entre pessoas com contato físico próximo com casos sintomáticos.
Passa a ser considerado um caso suspeito qualquer pessoa, de qualquer idade, que apresente pústulas (bolhas) na pele de forma aguda e inexplicável e esteja em um país onde a varíola dos macacos não é endêmica. Se este quadro for acompanhado por dor de cabeça, início de febre acima de 38,5°C, linfonodos inchados, dores musculares e no corpo, dor nas costas e fraqueza profunda, é necessário fazer exame PCR (Reação em Cadeia da Polimerase, sigla em inglês) para confirmar ou descartar a doença.
Para evitar a transmissão, a professora do Departamento de Microbiologia da UFMG, Erna Geesien Kroon, recomendou medidas de higiene, isolamento de pacientes que estão com as lesões e pelo uso de máscaras especialmente por quem ainda não tem as manifestações clínicas, ou seja, as lesões. Em entrevista à CNN, ela explicou que, apesar do vírus monkeypox não ser tão infeccioso como outros, a exemplo do Sars-cov, “ele é disseminado pelo trato respiratório, principalmente no período sem as lesões de pele características tem risco de transmitir para outros.”
Fonte: Portal Vermelho