A maioria deles, 79,8%, afirma ter sofrido agressão verbal, mas 9,1% relataram violência física
No Paraná, 86, 2% dos médicos sofreram algum tipo de violência durante o exercício da profissão nos últimos 12 meses. O dado faz parte de uma pesquisa realizada pelo Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR), entre os dias 4 de abril e 6 de junho. O questionário recebeu 448 respostas. Entre os 403 que confirmaram agressões, 68,5% relataram ter sofrido violência no serviço público, 25,8% em estabelecimento hospitalar e 19,6% no consultório médico.
Violência contra médicos: 9,4% relataram violência física
Com relação ao tipo de violência, 79,8% disseram ter sido verbal, 44,1% por sobrecarga de trabalho e 10,1% por abuso ou cerceamento dos planos de saúde. Outros 9,4% afirmaram terem sofrido violência financeira e 9,1% relataram ter sofrido violência física. Quando perguntados se a violência permanece, mais da metade (53%) disseram que sim.
Maioria das vítimas é mulher
Ainda de acordo com a sondagem do CRM, a maioria dos médicos que sofreram violência são mulheres (54,5%). Outros 45,5% são homens.
O tempo de formação em Medicina dos 448 profissionais que participaram da pesquisa aponta que 50,7% estão formados há menos de dez anos; 18,5% têm mais de dez anos; e 30,8% mais de 20 anos.
Comissão do Conselho de Medicina pretende criar estratégias para reduzir ocorrências
Com os dados do levantamento, o Conselho Regional de Medicina pretende determinar medidas para mitigar as violências sofridas pela classe médica. “A partir deste importante levantamento, o CRM-PR tomará providências para estabelecer as medidas e estratégias necessárias à mitigação das violências relatadas por nossos colegas médicos e médicas que se dispuseram a responder à pesquisa”, explica o conselheiro 1º secretário Fernando Fabiano Castellano Junior.
Com o intuito de contribuir para a instrução de estratégias na prevenção/repreensão em casos de assédio, constrangimento e agressões físicas ou morais contra os profissionais o CRM-PR instaurou uma comissão dedicada exclusivamente a esse assunto.
Fazem parte da Comissão de Prevenção à Violência contra Médicos os conselheiros: Carlos Alexandre Martins Zicarelli (coordenador), Edeli dos Santos Pepe, Fabricio Kovalechen, Kleber Ribeiro Melo e Sergio Medeiros Alves.
Socos e até marteladas nos postos de saúde do Paraná
No dia 18 de outubro de 2023, um médico de 57 anos foi agredido com um martelo em uma Unidade Básica de Saúde em Irati, na região central do Paraná. Ironicamente, no Dia do Médico.
O caso foi na unidade Adhemar Vieira de Araújo, no centro da cidade. A cena foi filmada por uma pessoa que estava no local e mostra quando o médico abre a porta do consultório, e o suspeito, que estava na sala de espera, tira um martelo de dentro do bolso do moletom e ataca o profissional.
O médico ficou ferido, com um corte e um hematoma na cabeça e precisou ser internado. De acordo com informações Secretaria Municipal de Saúde, a agressão aconteceu após um exame pré-natal. O médico teria pedido para a companheira do suspeito tirar parte da blusa para medir a circunferência da barriga. O suspeito chegou a ser detido, mas responde o processo em liberdade.
Em 27 de fevereiro deste ano, outro médico ficou ferido após levar um soco do pai de um menino que era atendido por ele. O caso aconteceu na Unidade Básica de Saúde (UBS) Mister Thomas de Londrina, no norte do Paraná. O médico foi agredido com um soco depois de perguntar ao pai o motivo de ficar entrando e saindo do consultório. O profissional foi encaminhado ao hospital e liberado no mesmo dia. Um boletim de ocorrência foi aberto na Polícia.
Fonte: Bem Paraná