Uma agente comunitária de saúde registrou BO (Boletim de Ocorrência) na Central de Flagrantes de Londrina, na noite da última quinta-feira (25), denunciando um episódio de agressão que teria sido vítima dentro da UBS (Unidade Básica de Saúde) de Guaravera, na região sul da cidade, durante a tarde. Segundo a servidora, uma mulher – que é paciente no posto – teria se incomodado com uma situação que não tinha relação com ela e passou a insultar os funcionários.
“Essa usuária ficou o dia todo tumultuando o serviço, reclamando do atendimento, da situação do SUS (Sistema Único de Saúde). No final da tarde, quando deu o nosso horário de sair, estávamos aguardando que fosse finalizado o atendimento do Samu para outra paciente que não era nada dela. Ela disse que nós deveríamos ir embora e falei que não iríamos enquanto o Samu não terminasse o procedimento”, narrou.
Neste momento, de acordo com a servidora, a mulher invadiu a recepção, onde ela estava. “Ela pegou meu pescoço e precisou que um colega tirasse ela de mim para que o pior não acontecesse. Não consegui ter reação nenhuma e foi meu colega que me salvou, ela agarrou meu pescoço”, frisou. A agressora teria corrido na sequência, quando os funcionários alertaram que iriam chamar a PM (Polícia Militar).
A agente, que preferiu não ter o nome divulgado, informou que essa paciente já teria um histórico de xingamentos contra os funcionários da UBS. “É frequente ela desrespeitar nosso serviço. Fala vários palavrões, ela vem nos humilhando e desta vez me agrediu”, comentou. “Somos funcionários públicos e estamos ali para prestar o melhor atendimento possível. Só conseguimos fazer o que está no nosso alcance. Muitos pacientes não entendem que muitas coisas dependem de outras pessoas que estão acima de nós”, acrescentou.
Indignação
A trabalhadora está no serviço público há dez anos, todo o período no posto de Guaravera. “É a primeira vez que isso me acontece. Preferia que nunca tivesse acontecido. Sou uma funcionária que nunca fui alvo de reclamação, conheço todos, todos me conhecem”, se emocionou.
A vítima deverá fazer o exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal) nos próximos dias, por indicação da Polícia Civil. “Meu sentimento é de indignação, impotência, insegurança. Ela poderia ter entrado com uma faca. Estou me sentindo humilhada e desrespeitada”, lamentou.
A reportagem procurou a secretaria municipal de Saúde, que avisou que não iria se manifestar sobre o assunto.
Fonte: Folha de Londrina