Eventos provocados pelo calor e seca extremos obrigaram o governo a decretar estado de emergência na semana passada
A combinação de baixa umidade com o tempo seco prolongado fez disparar o número de incêndios em todo o Paraná. De 1º de janeiro a 7 de setembro deste ano, o Corpo de Bombeiros registrou 10.844 incêndios de vegetação no Paraná, conforme dados do Sistema de Registro de Ocorrências e Estatísticas do Corpo de Bombeiros (SysBM). No mesmo período de 2023 foram 4.536 ocorrências, uma alta de 139% no comparativo entre os dois anos.
Somente entre 1º de agosto e 7 de setembro de 2024, as últimas cinco semanas, foram 3.683 registros, quase 34% do total de registros deste ano. Na comparação com 2023, foram 1.113 no total, 69,78% a menos que o índice de 2024.
Devido à sequência de dias com altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar, condições que aumentam o risco de incêndios florestais, o governador decretou emergência em estiagem no dia 4 de setembro. A medida autoriza a dispensa de licitação em contratos de prestação de serviços, obras e aquisição de bens necessários ao combate à estiagem pelo prazo máximo de 180 dias.
A situação de seca deve persistir durante todo o mês de setembro, com um breve intervalo a partir do dia 13 com a chegada de uma frente fria, segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar). Após essa pausa, o tempo seco retorna, com previsão de que cidades do Noroeste, como Paranavaí, Colorado e Querência do Norte, passem dos 40ºC a partir do dia 21 de setembro, sendo que Santa Cruz de Monte Castelo chegue a temperatura de até 45ºC.
O Paraná também está usando imagens geradas por satélites do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe) e da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) para acompanhar em tempo real o surgimento de focos de calor, monitorando 24 horas por dia, todos os dias da semana.
Fumaça
Os incêndios ambientais ou florestais também provocam uma névoa sobre as cidades. No caso, contudo, não são apenas os eventos no estado. Parte da fumaça sobre as cidades, como Curitiba, também vem de regiões distantes, como a Amazônia e o Pantanal, trazidas por correntes de ar.
Essa situação está bem visível em Curitiba, especialmente no último fim de semana, quando a névoa cinzenta cobriu a Capital e permanece até agora.
Essa condição ainda deve durar pelos próximos dias e só melhorar com as chuvas previstas para o sábado em boa parte do Paraná.
Até ontem, o Paraná estava em alto risco para incêndios ambientais.
Governo vai investir R$ 24 milhões na compra de equipamentos
O governador Carlos Massa Ratinho Junior anunciou na terça-feira investimento de R$ 24 milhões para ações de combate a incêndios florestais no Paraná. A nova força-tarefa prevê a contratação de aeronaves especializadas para combate às chamas, formação de brigadistas, compra de equipamentos (abafadores, mochilas costal e sopradores, por exemplo) e contratação de caminhões-pipa para auxiliar no combate a incêndios.
Diversas cidades do Paraná enfrentam um período de estiagem mais severa desde agosto, com baixos índices de chuva e umidade relativa do ar. Na última semana, o governador decretou situação de emergência para estiagem, medida que facilita a atuação em desastres, entre eles incêndios florestais.
Fonte: Bem Paraná