A luta pelo Piso Salarial Nacional da Enfermagem teve uma manifestação histórica em Curitiba nesta sexta-feira, 9 de setembro. Cerca de três mil profissionais da área se reuniram em um protesto na Praça Alfredo Andersen, em frente ao Hospital Universitário Evangélico Mackenzie, e fizeram uma caminhada até a Santa Casa de Misericórdia, no Centro da Capital.
O ato foi chamado pelo SindSaúde-PR e outros sindicatos do Estado para protestar contra a liminar concedida ao setor privado da Saúde pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, suspendendo a Lei do Piso Salarial Nacional da Enfermagem.
A decisão do ministro foi criticada durante as falas das lideranças sindicais durante toda a manifestação. “O setor privado da Saúde enriqueceu muito durante a pandemia, principalmente às custas do trabalho dos profissionais de enfermagem. A lei do Piso, resultado de uma luta da categoria de mais de 30 anos, foi largamente discutida no Congresso e terá todas as condições de ser implantada no país, pois serão destinados recursos para isso. No entanto, quem lucra com a doença não quer abdicar de parte de seus ganhos para valorizar os profissionais da Enfermagem”, destacou a coordenadora do SindSaúde-PR, Olga Estefania.
A liminar do ministro foi colocada em votação no plenário virtual do STF nesta sexta-feira, 9. Até o momento da redação deste texto, apenas o ministro Barroso, que é o relator da ação, havia publicado seu voto no sistema eletrônico da Corte. Em sua manifestação, o ministro suspende a lei pelos próximos 60 dias. A votação tem prazo de encerramento até o dia 16 de setembro. No entanto, caso algum ministro faça pedido de vistas, esse prazo pode ser mais longo.
Profissionais da enfermagem de todo o país não descartam a possibilidade de uma greve nacional, caso a lei do Piso Salarial permaneça suspensa.
RECOMPOSIÇÃO DA INFLAÇÃO
Além dessa pauta, os profissionais da Enfermagem lutam pela derrubada pelo Congresso Nacional do veto ao artigo da Lei que determina a recomposição inflacionária anual do piso pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). “O presidente da República, que nunca valorizou a saúde do País desde que assumiu, nem mesmo durante a pandemia, impôs um veto absurdo a esse artigo da lei. Isso praticamente inutiliza a medida, principalmente nesse momento de inflação galopante. Em menos de um ano, o piso estará defasado caso o veto não seja derrubado pelos parlamentares do Congresso”, ressalta a coordenadora do SindSaúde-PR.
A coordenadora também ressaltou a disposição de profissionais da Enfermagem filiadas ao sindicato. “Quem é de luta, luta! Temos que fazer um agradecimento especial a todas as pessoas que são ligadas ao SindSaúde-PR, tanto as que moram na Capital como na Região Metropolitana e na Lapa. São guerreiras que sempre somam na luta pela melhoria das condições de trabalho e nunca se cansam”, disse.
Além do SindSaúde-PR, promoveram a manifestação a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social – CUT (CNTSS), Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS), FetraSaúde-PR, Federação dos Sindicatos de Servidores Municipais do Paraná (Fessmuc), Sindicato dos Trabalhadores em Educação das Instituições Federais de Ensino Superior no Estado do Paraná (SINDITEST-PR) , Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Curitiba e Região (SINDESC), Sindicato dos Servidores Públicos Municipais Curitiba (SISMUC), Sindicato dos Servidores Municipais de Fazenda Rio Grande (SISMUF) , Sindicato dos Servidores Públicos de São José dos Pinhais (SINSEP), Sindicato dos Servidores Municipais de Almirante Tamandaré, Sindicato dos Servidores Municipais de Ponta Grossa e o Conselho Regional de Enfermagem do Paraná.
Fonte: Site Sindsaúde