Oitiva de Jorge Guaranho foi remarcada para dia 28; advogados do réu sustentam que ele teria agido em legítima defesa
A pedido da defesa do policial penal Jorge Guaranho, a 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu adiou para o dia 28 de setembro a oitiva do réu denunciado pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) por homicídio duplamente qualificado. Responsável pela morte do petista Marcelo Arruda, após invadir sua festa de aniversário com temática do Partido dos Trabalhadores (PT), em 9 de julho, Guaranho está preso preventivamente no Complexo Médico Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
“Após a oitiva das testemunhas, a defesa requereu seja adiado o interrogatório do acusado sob a alegação de falta de conclusão de laudos
já solicitados pela defesa e deferidos pelo Juízo e ainda não juntados aos autos”, consta a ata da audiência de instrução realizada na tarde desta quinta (15). Dentre os documentos mencionados, consta “laudo fundamental da cena do crime que indica posição de cada um no dia dos fatos”.
Conforme apurado pela reportagem, a defesa de Jorge Guaranho trabalha para construir a tese de que o réu teria matado Marcelo Arruda em legítima defesa.
A posição foi anunciada publicamente pela mãe de Guaranho, Dalvalice Rocha, na última quarta-feira (14), durante o primeiro dia das audiências de instrução do processo. Na oportunidade, Dalvalice afirmou que seu filho não teria assassinado ninguém, mas agido em defesa da mulher e do filho. “Meu filho não é terrorista. Ele chegou lá e foi recebido a tiros”, afirmou.
A posição da mãe é contrária à versão narrada por amigos e familiares de Marcelo, que estavam na festa. “Este sujeito foi armado até uma festa sem ser convidado. Não satisfeito em ser mandado embora, ele retornou com a intenção de matar. Esta é a verdade e é isto que será demonstrado”, afirma Pamela Silva, viúva de Arruda.
No mesmo sentido, a versão da defesa não encontra respaldo junto à denúncia formalizada pelo MP-PR. “Há elementos suficientes que demonstram que o senhor Guaranho agiu com motivação política”, pontua o promotor de Justiça Tiago Lisboa.
No primeiro dia de audiência foram ouvidas 11 pessoas, entre elas a viúva da vítima, além de amigos e familiares que também estavam na festa no momento do atentado. No segundo dia, foram ouvidas mais três pessoas, sendo a mulher de Guaranho e duas colegas de trabalho do acusado.
Superada a fase das oitivas, será aberto prazo para manifestação do Ministério Público, que poderá reforçar as acusações por meio das alegações finais. A defesa também poderá agir no sentido de preservar o réu.
A expectativa é que Jorge Guaranho seja levado para júri popular. A decisão será tomada ao final da fase de instrução. “Seguiremos lutando por Justiça e em memória de Marcelo Arruda. Uma vítima da intolerância e do fanatismo político que tem assolado nosso país. Justiça será feita. É que o acreditamos”, finaliza Ian Vargas, advogado da família da vítima.
Fonte: Brasil de Fato