Na última segunda-feira (19), candidatos e candidatas que concorrem às três no Senado Federal pelo estado do Paraná no pleito de 2022, foram sabatinados em live promovida pelo Coletivo de Sindicatos de Londrina com apoio do Portal Verdade e Rádio UEL FM.
Participaram do encontro: Dr. Saboia (PMN), Laerson Matias (PSOL), Roberto França (PCO), Desiree Salgado (PDT), Orlando Pessuti (MDB) e Professora Marlei Fernandes (PT), esta última representando a candidatura coletiva composta juntamente com Rosane Ferreira (PV) e Elza Campos (PCdoB). Alvaro Dias (PODE), Sérgio Moro (UB), Paulo Martins (PL) e Aline Sleutjes (PROS) foram convidados, mas não compareceram.
A entrevista foi mediada pelo jornalista Fábio Silveira e transmitida ao vivo pelo canal do Portal Verdade no Youtube. Os candidatos foram questionados sobre pautas relacionadas aos direitos e reinvindicações da classe trabalhadora. Foram realizadas quatro perguntas e os representantes tiveram três minutos para responder cada uma delas. As falas foram organizadas por ordem alfabética. Acompanhe a seguir algumas falas dos concorrentes acerca do aumento da violência contra mulheres, negros, comunidade LGBTQIA+ e povos indígenas.
Desiree Salgado (PDT)
A pedetista, Desiree Salgado, considerou que o crescimento da violência contra minorias sociais é decorrente de discursos e práticas autoritárias encampadas pelas lideranças que assumiram o poder nas últimas eleições. “De fato, a gente teve uma escalada de violência nestes últimos anos, principalmente, pela autorização de atos de violência simbólica ou efetiva por parte de quem está dirigindo o país. O grupo político que ocupou o país após as eleições de 2018, sente-se à vontade para agredir, diminuir a participação política destes grupos histórica e culturalmente subalternizados. Isso faz com que apoiadores deste grupo também se sintam à vontade de fazer isso”.
A candidata também citou a violência política de gênero. “Minimizam a nossa participação, silenciam a nossa voz em espaços de política. Como a política, por exemplo, só valoriza determinadas qualidades se exercidas por um homem. Eu sempre faço uma brincadeira, é só falar homem público e mulher pública e vocês vão ver a diferença que causa este adjetivo por conta do substantivo que o ocupa”, observou Salgado.
“É necessário afastar este discurso, esta postura autoritária que vem assolando o Brasil nos últimos dois anos. Recuperar um espaço de liberdade que seja respeitosa aos direitos fundamentais, princípios democráticos e Estado de direito. Temos que, ainda lembrar, que é preciso punir com severidade pessoas que exacerbam de sua liberdade e querem afastar a possibilidade de vida ou existências diferentes. Também vamos combater isso com a redução da desigualdade”.
Laerson Matias (PSOL)
O argumento de que a escalada de violência contra as minorias sociais é reflexo da atual gestão federal foi compartilhado pelo psolista, Laerson Matias. “Nós não podemos ignorar quem está no governo, na presidência da República. Nós temos uma criatura absolutamente inabilitada para exercício do cargo, um ser humano que não respeita as mulheres, não consegue nem aceitar uma jornalista o questionando, considera uma afronta e parte para agressão. Não respeita comunidade LGBT, não respeita a comunidade indígena, relatou uma visita a um quilombo falando que lá tinham alguns negros que ‘não serviam nem para reprodutor’. Uma fala escravista. Entregou a Fundação Palmares para uma pessoa que não respeita negros e negras. Isso faz parte do problema, esse exemplo, essa forma de agir desta criatura abominável leva muitas pessoas a como se diz sair do armário e praticar todo tipo de violência. Nós temos que respeitar a diversidade, as pessoas têm que ter direito a sua subjetividade humana”, indicou Matias.
Dr. Saboia (PMN)
“Esta questão da violência está relacionada a origem desse cidadão e cidadã. O que falta de mais importante é o primeiro mandamento: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”. O que falta nestas famílias é Deus e eu vou explicar mais ou menos assim: o pai e a mãe são os responsáveis por criar filhos sábios e quando essa família é desencontrada, sem pai ou sem mãe, é muito difícil transformar um menino em um menino sábio, portanto, ele vai acabar se degenerando e se degradando com aquilo que está em torno dele, vendo a carência familiar, a agressão do pai contra a mãe ou da mãe contra o pai. A situação econômica e da educação. Esse é maior problema que nós temos no Brasil que é como fazer o teu lar ser um ponto de sabedoria e de capacidade cristã em que o indivíduo respeito o próximo como gostaria de ser respeitado”, assinala Dr. Saboia.
Orlando Pessuti (MDB)
“Quanto a questão das mulheres, negros, índios, LGBTQIA+, eu quero dizer que meu passado me recomenda. “Como cidadão cristão que sou, temente a Deus, eu sempre respeitei os demais fossem eles negros, brancos, índios, homens, mulheres. Eu nunca discriminei ninguém na minha vida, eu nunca fui racista, homofóbico. Eu entendo que tudo que diz respeito a racismo, homofobia, temos que repudiar”, pontuou Pessuti.
Roberto França (PCO)
“O problema do LGBT, do feminicídio e as questões de violência que vivemos no Brasil é correlacionada com o problema de ordem econômica. Nós temos um regime político no Brasil que é extremamente repressivo e coloca todas as situações de forma muito aguda. Com a situação de vulnerabilidade econômica e social, as contradições, como a violência de gênero é também estatal. Os trabalhadores estão desemparados. A questão racial está posta porque a classe que controla o país, ela não tem nenhum interesse, de fato, em mudar a situação da mulher, do negro. Precisaria mudar toda uma estrutura de regime político e formar a consciência do trabalhador para comitês de autodefesa. Não é a polícia é que vai proteger LGBT na prática. O que vai proteger LGBT, mulheres é autodefesa”, afirmou França.
Professora Marlei Fernandes (PT)
“Esse é um tema para nós mulheres muito caro, porque nós entendemos que toda essa discriminação contra a população negra, LGBTQIA+, mulheres, está na estrutura da sociedade. Como nós ouvimos aqui, não é verdadeiro que nós temos feminicídio somente em escalas mais baixas da população. Nós temos feminicídio em todas as classes sociais. Isso aumentou nos últimos anos porque nós temos um governo que incentiva o ódio, que desdenha dos povos originários, que ataca indígenas, negros, LGBTQIA+, mulheres. Estamos vivendo um período em que estas violências se agravaram ainda mais com Bolsonaro, porque entendemos que o atual presidente acirra este movimento a favor do armamento da população que leva a ampliação da violência. Mais estado, mais proteção as mulheres quando denunciam seus ditos companheiros. É preciso poder público amparar os gays, travestis. É necessário mais poder público”, declarou Fernandes.
Acompanhe sabatina completa a seguir: