O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial do Brasil, acelerou em abril e subiu 1,73%, a maior variação mensal desde fevereiro de 2003 (2,19%) e a maior alta para abril desde 1995 (1,95%). Com isso, o IPCA-15 agora acumula alta de 4,31% no ano e de 12,03% em 12 meses, acima dos 10,79% acumulados nos 12 meses encerrados em março, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado ficou 0,78 ponto percentual acima da taxa de março (0,95%), mas veio abaixo da expectativa do mercado (o consenso Refinitiv projetava uma alta mensal de 1,85% e anual de 12,16%).
A projeção do Itaú era de uma alta de 1,86% na comparação mensal, enquanto o Bradesco projetava um avanço de 1,84%. A leitura era que a alta seria mais uma vez pressionada pelos preços administrados, refletindo principalmente o reajuste da Petrobras anunciado em março.
Gasolina, a ‘vilã’ do IPCA-15
A alta de 1,73% do IPCA-15 em abril foi puxada exatamente pelos transportes (3,43%), principalmente pelo aumento no preço da gasolina. O combustível subiu 7,51% no mês e contribuiu com o maior impacto individual no índice (0,48 ponto percentual), mas também subiram os preços do óleo diesel (13,11%), do etanol (6,60%) e do gás veicular (2,28%).
As passagens aéreas, que haviam recuado 7,55% em março, subiram 9,43% em abril. Os preços do seguro de veículo também aumentaram (3,03%), pelo oitavo mês consecutivo, e já acumulam alta de 23,46% nos últimos 12 meses. Houve ainda altas nas tarifas de táxis (4,36%), de metrô (1,66%) e de ônibus urbanos (0,75%).
Os preços de alimentos e bebidas avançaram 2,25% no mês, puxados pela alta dos itens consumidos no domicílio (3,00%), Os destaques negativos foram a alta do tomate (26,17%) e do leite longa vida (12,21%), que contribuíram conjuntamente com 0,16 ponto percentual no resultado do IPCA-15.
Outros produtos que tiveram altas expressivas foram a cenoura (15,02%), o óleo de soja (11,47%), a batata-inglesa (9,86%) e o pão francês (4,36%). A alimentação fora do domicílio subiu 0,28% em abril, mas desacelerou em relação aos 0,52% de março.
Botijão e energia elétrica também pesam
A alta do gás de botijão (8,09%) teve o maior impacto (0,11 p.p.) em habitação (1,73%), e os preços do gás encanado também subiram (3,31%). A segunda maior contribuição no grupo (0,09 p.p.) foi da energia elétrica (1,92%), com os reajustes de mais de 15% nas duas concessionárias pesquisadas no Rio de Janeiro (11,25%).
Fonte: InfoMoney