O retorno das políticas públicas de habitação para a população mais pobre é um compromisso do próximo governo Lula, que conta com o trabalho e empenho do deputado federal eleito Guilherme Boulos (PSOL/SP) no grupo técnico da área de Cidades na equipe de transição.
Em conversa com a Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa), Boulos destacou o papel da Caixa nesta retomada, criticou o programa Casa Verde e Amarela e falou sobre o retorno do Minha Casa, Minha Vida.
Confira a entrevista:
1. Durante o governo Bolsonaro a Fenae fez críticas à exclusão da Faixa 1, população de menor renda, do programa Casa Verde e Amarela. No governo Lula podemos esperar o retorno das políticas de moradia para a população mais pobre? E como a Caixa pode atuar nesta retomada?
O Casa Verde Amarela é uma mentira. Ele não é um programa social. Ele acabou com a Faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida, que atendia quem mais precisa […]. O Casa Verde Amarela é uma linha de crédito imobiliário de baixa qualidade, com pouco recurso. Por isso que não saiu do papel. É uma necessidade para o Brasil, não uma possibilidade. E o presidente Lula tem dito isso, se comprometeu com isso na campanha, de retomar a política habitacional Minha Casa, Minha Vida para os que mais precisam […].
A retomada de uma política habitacional é necessária, urgente, emergencial. Existem recursos para isso e a Caixa é quem tem mais expertise disso no Estado brasileiro. A Caixa foi o agente operador do programa Minha Casa Minha Vida, na faixa 1 e fez isso bem. A Caixa está capilarizada com as suas Superintendências Regionais, com as gerências de habitação, as Gihab pelo País todo. A Caixa está capilarizada, tem um grupo de técnicos na engenharia com capacidade de análise, com capacidade de avaliação de terreno. Tem a equipe necessária para poder fazer a política habitacional girar. Esse é o mérito de um banco público como a Caixa. Eu tenho certeza de que nós vamos resgatar a política habitacional popular no governo Lula, inclusive aperfeiçoando o Minha Casa, Minha Vida, nos limites e nos problemas que tinha. E a Caixa vai ser essencial para isso.
2. Existe a ideia de retomar o Minha Casa Minha Vida Entidades?
Minha Casa, Minha Vida Entidades tem os melhores e maiores empreendimentos do Minha Casa, Minha Vida Faixa 1 no Brasil. […] Quando as próprias famílias, que são as futuras moradoras, participam da obra, organizam a obra, gerenciam o projeto, o resultado é muito melhor. Ele tem que ser retomado, eu tenho certeza que vai ser retomado, é compromisso do Lula retomar, inclusive, numa escala maior do que foi feito.
3. Nos últimos seis anos o Brasil deixou de investir em infraestrutura e em projetos de desenvolvimento do País. Nessa retomada no governo Lula, a Caixa deve ter um papel protagonista neste processo?
Podemos falar [da importância da Caixa] em vários níveis. Obra – A Caixa tem expertise. […] A Caixa tem servidores públicos qualificados, a Caixa está ramificada e capilarizada nos pequenos municípios brasileiros, em todas as unidades da Federação. Isso é raro. É raro você ter, no mundo, um banco público e com essa vocação social que a Caixa tem. Não é só um banco público, é um banco público que faz não só a operação do Minha Casa Minha Vida, mas a gestão do Bolsa Família, a gestão de uma série de benefícios e programas sociais. A Caixa está preparada para isso.
Fonte: Contraf-CUT