Governador anunciou nesta quinta-feira um pacote de medidas para aumentar a segurança nas escolas, com protagonismo para ações da PM
O governador Ratinho Jr. (PSD) anunciou vai duplicar a quantidade de colégios cívico-militares no Paraná. A proposta é passar das atuais 206 para 400 unidades do modelo, a um custo adicional de R$ 30 milhões ao ano. Ainda não foram dados mais detalhes sobre como e quando isso vai ocorrer nem sobre a origem do investimento.
A medida faz parte do pacote de ações anunciado nesta quinta-feira (13) apresentado pelo Palácio Iguaçu como resposta à onda de violência nas escolas do país, com diferentes casos registrados nas últimas semanas. Entre a morte de uma professora por um aluno em uma escola de São Paulo, no dia 27 de março, e o assassinato de quatro crianças em uma creche de Santa Catarina no início de abril, o Paraná foi um dos que registrou caso de risco isolado. Em uma escola da rede pública, um aluno adolescente ameaçou um colega com uma arma que carregava dentro da mochila.
Outra providência adotada será levar para dentro das 2,2 mil escolas da rede estadual cerca 5,6 mil policiais militares – uma média de 2,5 agentes por colégio. Também ficou determinado que, a partir de agora, viaturas policiais que não estiverem em atendimento de ocorrências ficarão em frente às escolas.
O governador prometeu ainda a contratação de 40 psicólogos para atuar nos 32 núcleos regionais de Educação – um número relativamente baixo de profissionais para a quantidade de escolas. Somente ao núcleo de Curitiba, sem contar a região metropolitana, estão integradas 153 escolas e 147 mil alunos.
Ex-secretário prioriza integração escolar
O planejamento apresentado indica que a gestão Ratinho Jr. decidiu concentrar protagonismo no poder policial, embora pesquisas e especialistas venham a tempos fundamentando a tese de que soluções para conter a insegurança nos estabelecimentos de ensino demandam, além de ações imediatas, estratégias de camadas mais profundas – como o envolvimento da comunidade escolar em debates sobre o tema e um intenso acompanhamento psicológico de famílias, professores e alunos.
Em São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas (PL) anunciou, também nesta quinta, a contratação de 550 psicólogos e 1 mil seguranças desarmados para o esquema elaborado pelo estado paulista. A decisão afasta a inclusão de policiais militares da rotina da Educação e evidencia uma postura com foco na identificação prévias de possíveis ocorrências.
A alternativa foi apresentada em conjunto com o secretário da Educação de São Paulo, Renato Feder, que foi secretário da Educação do Paraná no primeiro mandato de Ratinho Jr.
Foi na gestão de Feder que modelos para ampliar a presença de PMs nos colégios da rede pública, entre eles a modalidade cívico-militar e o programa Escola Segura, foram implementados. Ambos agora serão turbinados. O programa Escola Segura também vai ganhar mais agentes e passar a atender 300 escolas – hoje são 112.
Fonte: Jornal Plural